Inflação ao consumidor dos EUA sobe 0,4% em fevereiro; acumulado em 12 meses desacelera para 6%
Esta é a oitava queda seguida do CPI na base anual
De acordo com o relatório divulgado pelo Bureau of Labor Statistics, uma agência de pesquisas do governo dos Estados Unidos, nesta terça-feira (14), o índice de preços ao consumidor (CPI) do país registrou uma alta de 0,4% no mês de fevereiro ante o mês anterior.
Com isso, o acumulado em 12 meses foi desacelerado de 6,4% para 6%, representando a oitava queda consecutiva do indicador.
CPI dos EUA
Além de estar de acordo com as expectativas dos analistas, o avanço indicou, ainda, uma leve baixa em relação à variação positiva do CPI de 0,5% no mês de janeiro.
O acumulado de 12 meses torna-se, então, o menor desde setembro de 2021, quando acumulava 5,4% na base anual. Ele fica, ainda, abaixo das expectativas do mercado financeiro, que projetava um avanço de 6,2%.
O indicador começou a manifestar quedas logo após atingir seu maior nível em cerca de 40 anos.
Isso, pois o ápice do medidor de inflação ao consumidor somou, durante o mês de novembro de 1981, o valor de 9,6%.
A oitava queda consecutiva do CPI é um dos resultados das medidas adotadas pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, para combater a alta da inflação, pressionada pelos conflitos envolvendo Rússia e Ucrânia e o crescente número de casos de Covid-19 na China, que afetou o mercado internacional.
A autoridade monetária dos Estados Unidos passou, por conta disso, a aumentar a taxa de juros da economia para conter a demanda.
Com isso, o custo dos empréstimos passou do intervalo de 0% a 0,25% para 4,5% a 4,75% em fevereiro deste ano no último aumento, que foi o oitavo seguido.
Os sinais de que a inflação do país está começando a se arrefecer não significam, no entanto, que a autoridade monetária dos Estados Unidos esteja disposta a anular os avanços dos juros.
É esperado que o Banco Central norte-americano, desta maneira, mantenha o custo dos empréstimos ao redor dos 2% à longo prazo.
No entanto, apesar de indicar um constante recuo dos níveis de inflação da economia norte-americana, o núcleo CPI, recorte do indicador que exclui itens voláteis como energia e alimentos, acelerou, apresentando uma alta de 0,5% em fevereiro.
A expansão superou a variação positiva registrada durante o primeiro mês deste ano, de 0,4%.
Além disso, segundo o Bureau of Labor Statistics, o grupo de moradia foi o maior contribuinte para a alta na comparação mensal do CPI dos EUA, representando cerca de três quartos da elevação.
Dentro do setor, o subitem de aluguel foi o destaque, registrando, por si só, mais de 70% da alta do índice de preços ao consumidor.
Outro ponto relevante na variação positiva do índice foi o avanço dos preços de alimentos, recreação e mobília.
Próxima reunião do Fomc
O próximo encontro do Fomc (Federal Open Market Comittee), do Fed, para a definição sobre os juros da economia norte-americana deve ocorrer no dia 22 de março.
Com o resultado apresentado pelo CPI de janeiro, as expectativas do mercado financeiro acerca da próxima reunião pioraram, com a projeção de um aumento de 0,5 p. p.
O desempenho do índice registrado no mês de fevereiro e a recente quebra de dois bancos norte-americanos foram responsáveis por reverter o cenário, fazendo com que os analistas esperem que o custo dos empréstimos seja elevado em 0,25 ponto percentual.
Além disso, o dia também será marcado pela próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, para decidir sobre a direção da taxa Selic, os juros básicos da economia brasileira.