Inflação na Argentina acelera em 98,8% em 12 meses
O aumento do índice em janeiro gerou um acúmulo nos preços
Nesta quinta-feira (15), a Argentina registrou aumento na taxa de inflação, em 98,8% em apenas 12 meses. De acordo com informações do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), esta é uma das maiores índices desde de outubro de 1991, ano no qual o país teve alta de 102,4% no indicador .
Em janeiro o indicador apresentou uma alta de 6%, devido ao aumento nos alimentos e bebidas do país, portanto, causando impacto no custo da cesta básica.
Inflação
No mês anterior a expectativa era que o indicador aumentasse cerca de 5,1%, entretanto, os consultores privados apontaram que a aceleração na inflação ocorreu nas três primeiras semanas de janeiro, sendo assim gerando um aumento de 6% na taxa.
Este aumento no índice gerou um acúmulo de inflação de 94,8% resultando em uma dos maiores aumentos nas últimas três décadas no país.
Eleições na Argentina
Neste ano o país passará pelas eleições, sendo assim, fazendo com que a economia seja um dos maiores destaques no período eleitoral, já que há muitas propostas sobre o controle da inflação.
Em setembro de 2022, o ministro da economia, Sergio Massa, divulgou um documento, no qual apresentava uma proposta de redução do índice em cerca de 60%.
A redução de 60% na inflação, é uma regra estabelecida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que liberou cerca de US$ 44,5 bilhões de créditos a Argentina, entretanto, este valor é considerado um agravante em meio aos preparativos para eleição presidencial no país, que pode levar a Argentina ao uma crise econômica.
Banco Central e outras instituições
O Banco Central da Argentina já havia previsto uma grande aceleração na inflação do país, divulgando suas expectativas em uma alta de 97,6% em 2023.
Algumas empresas privadas, como a consultora LGC, apontam como o governo do país tem implementado uma desaceleração do índice de maneira incorreta: “O objetivo de alcançar um número que começa com três [dígitos de inflação] a curto prazo é mais um desejo do gabinete econômico do que uma possibilidade concreta”.
A consultora também destaca aumento na inflação como “desencorajador”, já que havia planos para controlar o aumento de preços através de uma correção na taxa, para que o indicador ficasse em uma porcentagem mais baixa.
No entanto, o ministro da economia debateu os comentários em relação ao aumento da inflação, assim como também, o seu compromisso em “baixar a inflação”.
Massa questiona a decepção das instituições e se refere às instituições como aqueles que “jogam” e fazem “ricochete” do aumento dos preços em janeiro, apontando que as empresas têm feito a alta no índice parecer uma “frustação”.
Na segunda-feira (13), Massa disse que: “É um problema para o bolso dos argentinos, sem dúvida. E para nós, além da raiva que pode dar, é um desafio que impõe a necessidade de continuar a tomar medidas”.
Após sua fala, Massa anunciou que têm negociado um acordo de preços para a carne bovina, no qual o valor aumentou no último mês.
Aumento de preços
Na terça-feira o Indec indicou que uma das maiores altas registradas em janeiro foi na divisão de recreação e cultura com 9% de aumento, devido a uma grande demanda nos serviços turísticos no período de férias e dos serviços de TV a cabo.
O setor de habitação, água, eletricidade e outros combustíveis também foram grandes responsáveis por impulsionar o aumento no índice, apresentando alta de 8%, devido ao aumento de tarifas de serviços públicos.
O setor de comunicação também teve aumento de 8% com os serviços de telefonia e internet se destacando.
Os alimentos e bebidas alcoólicas são grandes destaques do Indec, já que os preços sazonais de frutas, legumes, tubérculos e leguminosas tiveram um grande aumento nos mês de janeiro.
Setores de vestuário e calçados apresentaram um grande aumento, assim como também o de educação.
As eleições para presidente ocorrem no final deste ano e marca um período de crise econômica, devido a alta na inflação da Argentina.