Inflação na zona do euro cai mais do que o esperado e bolsas europeias fecham mistas
O mercado financeiro também espera os resultados da reunião do Fed
Nesta quarta-feira (1), o Eurostat, a comissão de estatística da União Europeia, divulgou os dados do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) anual, que indica a inflação na zona do euro na base de 12 meses.
De acordo com os dados, o medidor desacelerou para 8,5% neste mês, em comparação aos 9,2% registrados no mês de dezembro do ano passado.
Inflação desacelera e bolsas europeias sobem
De acordo com os dados da agência de estatística do bloco econômico, que reúne 20 nações do continente europeu, o principal índice de inflação na zona do euro apresentou uma desaceleração em comparação ao mês passado.
O número indicado pelo relatório publicado nesta quarta-feira indica uma desaceleração inflacionária maior do que o esperado pelo mercado financeiro.
Dessa maneira, de acordo com os analistas consultados pela Reuters, o CPI de janeiro deveria apresentar 9%. Segundo pesquisa realizada pelo veículo The Wall Street Journal, esperava-se um recuo de 0,1 p.p., fazendo com que o indicador atingisse os 9,1%.
A redução foi puxada pelo recuo dos preços da energia. Em comparação a janeiro de 2022, o item avançou em 17,2%. No entanto, a quantia representa uma desaceleração ante a alta de 25,5% registrada no mês de dezembro do ano passado.
O recuo no número ocorreu após atingir sua máxima histórica em outubro do ano passado, quando o Índice de Preços ao Consumidor da zona do euro chegou aos 10,6%.
O núcleo do CPI, por sua vez, teve o resultado contrário, avançando mais do que o esperado pelo mercado financeiro.
O recorte do índice que exclui itens mais voláteis, como alimentos e energia, avançou em 5,2% no mês passado, contra as projeções do mercado de que a alta seria de 5,1%.
Apesar do recuo, o Banco Central Europeu (BCE), responsável por formular e implantar a política monetária na zona do euro, prometeu mais aumentos na taxa de juros, a fim de combater a inflação que, de acordo com relatório publicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), dá sinais de uma possível recessão na economia da Europa.
Assim, a próxima reunião para definir a direção da taxa de juros europeia deve ocorrer na próxima quinta-feira (2). As expectativas são de que a autoridade monetária da zona do euro aumente o custo dos empréstimos em 0,5 p.p., estabelecendo-o em 2,5%.
Diante dos números e movidas pela ansiedade acerca da taxa de juros europeia, as bolsas da zona do euro fecharam mistas no pregão desta quarta-feira (1).
No mercado acionário de Londres, o índice FTSE 100 fechou em queda, com recuo de 0,12% aos 7.762,40 pontos. Enquanto isso, em Milão, o medidor FTSE MIB somou uma alta de 0,39%, chegando à uma pontuação de 26.703,87.
Em Frankfurt, o DAX, por sua vez, avançou em 0,35%, a 15.180,74 pontos. Em Paris, no entanto, o CAC 40 recuou em 0,07%, com uma pontuação de 7.077,11.
As duas últimas altas são das bolsas de Lisboa e Madri, onde seus índices PSI 20 e Ibex 35, respectivamente, subiram em 0,35% (5.809,01 pontos) e em 0,71% (9.097,80).
Reunião do Fed
Além da ansiedade à espera da reunião do Banco Central Europeu, o mercado também aguarda o resultado do encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos.
A expectativa do mercado financeiro é de que outra alta de 0,25% na taxa de juros norte-americana deva ocorrer, fazendo com que o custo dos empréstimos atinja o intervalo de 4,50% a 4,75%.