Inflação no Reino Unido registra nível mais alto em 41 anos
O aumento dos preços da energia e dos alimentos são os principais motivos da elevação da taxa
O Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) divulgou, nesta quarta-feira (16), que a taxa anual de inflação do Reino Unido aumentou em 11,1%, sendo assim a maior taxa registrada desde 1981.
De acordo com alguns analistas, é possível que o país desacelere a inflação através do teto de energia, assim como em uma recessão iminente. O objetivo do Reino Unido é que a inflação chegue a 2%, entretanto apenas em 2024 o país poderia chegar a esta porcentagem.
A inflação
No relatório divulgado pela ONS, os principais motivos da elevação na taxa de inflação, vem do aumento dos preços da energia e dos preços dos alimentos , que em setembro deste ano, estava em 10,1%.
A inflação na Europa vem crescendo desde o fim de 2022, neste ano, com as medidas de confinamento social durante a pandemia, a taxa disparou. Já que com a diminuição, no início do conflito entre Rússia e Ucrânia, o país suspendeu o fornecimento de gás natural, fazendo com que os preços de energia aumentassem, deste modo pressionando a inflação.
O Escritório Nacional de Estatísticas (ONS)
O economista-chefe da ONS, Grant Fitzner, publicou em seu twitter que: “O aumento dos preços do gás e da eletricidade levou a inflação ao seu nível mais alto em mais de 40 anos”.
Em outubro, de acordo com a ONS, se o governo não tivesse subido cerca de 13,8% na inflação, seria possível interferir no aumento, limitando o preço das contas de energia doméstica a 2.500 libras por ano em média.
O instituto oficial de estatísticas, disse que o preço do gás disparou em quase 130%, em comparação ao ano passado, assim como a eletricidade que também apresentou a mesma porcentagem de aumento. Por fim, o instituto apontou que o aumento dos preços dos alimentos também contribuiu para que a inflação atingisse esse nível recorde.
O Banco Central da Inglaterra
O Banco Central da Inglaterra disse que a estimativa da instituição era de que a inflação se aproximasse, mas não ultrapassasse 11%. No terceiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) da Inglaterra também registrou queda, que foi de 0,2%.
De acordo com os dados divulgados ontem (15), o índice de desemprego no Reino Unido aumentou em 3,6% no final de setembro, portanto o banco considera que o país já entrou em uma longa recessão.
O chefe do Tesouro do Reino Unido, Jeremy Hunt, disse que: “Não podemos ter crescimento sustentável de longo prazo com inflação alta”. Hunt também afirma que o dever do banco da Inglaterra é devolver a inflação à meta.
“É nosso dever ajudar o Banco da Inglaterra em sua missão de fazer a inflação voltar ao alvo, agindo responsavelmente com as finanças da nação”, afirma Hunt em seu comunicado.
A opinião dos analistas
Alguns analistas disseram que o salto mantém a pressão sobre o banco da Inglaterra, sendo assim fazendo com que a taxa de juros continue aumentando.
O analista do J.P Morgan Asset Management, Mike Bell disse que: “Estes números se situam desconfortavelmente ao lado da mensagem enviada pelo Banco da Inglaterra (…) quando ele argumentou que apenas taxas de juros modestamente mais altas seriam necessárias para levar a inflação de volta para sua meta de 2%”.
“As pressões inflacionárias do apertado mercado de trabalho britânico foram subestimadas e os trabalhadores provavelmente pediriam mais salários para compensar a inflação”, afirma o analista.
Por fim, Mike Bell diz que o Banco Central da Inglaterra, pode aumentar a inflação para uma taxa de 4,5%, contra 3%, após a divulgação feita pela ONS.
Por fim, o Banco Central da Inglaterra, disse que espera que a taxa de inflação permaneça alta ao longo do próximo ano, portanto é possível que a taxa básica de juro tenha um aumento.
Em relação aos dados, Hunt disse que na próxima quinta-feira (17), o banco deve esboçar um novo orçamento, entretanto, o chefe do Tesouro britânico disse que é preciso tomar decisões “difíceis, mas necessárias” para enfrentar o aumento dos preços.