Inflação nos EUA desacelera em pelo 9° mês consecutivo, em 0,1%

Nesta quarta-feira (12), o Bureau of Labor Statistics divulgou a inflação anual dos Estados Unidos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI), indicando uma queda pelo 9° mês consecutivo, de 0,1%. 

Os preços subiram cerca de 5%  em 12 meses encerrados em março, ante fevereiro que teve um avanço de 6%. 

Índices

O CPI, que mede por mês as variações de preços ao longo do tempo para uma cesta de bens, aponta que houve uma desaceleração de 0,1% em relação ao mês de fevereiro, com um aumento anterior de 0,4%.

Os custos de habitação foram o grande contribuinte em ganho mensal, após quedas em algumas categorias, como a  de energia. 

Já os preços dos supermercados registraram um dos maiores recuos, com o índice de alimentação em casa em baixa de 0,3% no mês de março, através dos preços mais baixos dos ovos, que caíram em 11%; assim como também das frutas e legumes, com baixa de 1,3%.

O núcleo do índice de preços ao consumidor, que exclui os componentes voláteis como alimentos e energia, cresceu cerca de 0,4% no mês de março, obtendo uma taxa de crescimento anual de 5,6%. Entretanto, em fevereiro, o núcleo do CPI havia acelerado mais do que referente ao mês de março, no qual possuía um aumento de 0,5%.

Apesar disso, alguns analistas do mercado financeiro haviam feito uma estimativa de aumento anual em 5,2% e um ganho mensal de 0,2%.

Fed

O banco central dos Estados Unidos, Federal Reserve (Fed), tem trabalhado no combate à alta na inflação através do aperto monetário, com o aumento das taxas de juros.

Desta forma, muitos analistas dizem que ainda há expectativas no mercado financeiro de que o Fed consiga diminuir os custos dos empréstimos.

Na última reunião, o Fed subiu  a taxa básica de juros da economia norte-americana em 0,25 pontos percentuais, estabelecendo o intervalo de 4,75% a 5% ao ano. 

Setor Bancário

A crise no setor bancário nos Estados Unidos, é vista no mercado financeiro como um dos contribuintes para o aumento na taxa de juros. 

No entanto, alguns analistas ainda apontam o colapso dos dois bancos como uma forma de aperto no crédito futuro, mesmo após os Fed, o Departamento do Tesouro e a Federal Deposit Insurance Corporation intervirem para proteger os depositantes, para que assim evite corrida aos bancos.

De acordo com alguns analistas, a crise no setor bancário pode diminuir a demanda de crédito futuro, ajudando o Fed no processo de combate à inflação, mesmo tendo grandes chances de criar incerteza sobre uma futura recessão. 

A presidente da Bolvin Wealth Management, Gina Bolvin disse em um comunicado que: “O CPI está olhando para trás e o Fed ainda tem que considerar o quanto de crise de crédito deve ser fatorado na economia”.

O estrategista-chefe de mercado da Lazard, Ronald Temple, disse que: “O dado de hoje alivia um pouco o Fed, por enquanto. A moderação das pressões de preços, combinada a sinais de esfriamento no mercado de trabalho, oferecerá um alívio temporário aos mercados”. 

“Embora esta seja uma boa notícia, não significa que o aperto acabou. O núcleo da inflação permanece muito acima da meta do Fed, e o caminho para 2% será acidentado, finaliza Temple sobre o CPI. 

Bolsa de Valores

Com a divulgação da desaceleração da inflação nos EUA, a Bolsa de Valores norte-americana reagiu de maneira positiva, com uma alta nos índices de ações norte-americanas. 

Nesta manhã, o índice Dow Jones operava com um aumento de 0,18%, o equivalente a 33.744,29 pontos, já o S&P 500 registrou alta de 0,13%, no total de  4.114,31 pontos, assim como o Nasdaq Composite que avançou 0,26%, a 12.063,05 pontos.

Muitos analistas apontam que ainda há uma estimativa de que o Fed aumente os juros em 25 pontos-base no próximo mês.