IPC-S recua em 5 de 7 capitais na última semana de dezembro, aponta FGV
O índice de preços ao consumidor semanal registrou uma desaceleração ao fim do ano
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou uma desaceleração em cinco das sete cidades pesquisadas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), nesta terça-feira (3).
Em apenas duas localizações o índice apresentou altas. No geral, o indicador aumentou em relação ao resultado anterior divulgado pela Fundação.
IPC-S desacelera
Dessa forma, de segundo o informe da FGV, cinco das sete cidades pesquisadas apresentaram um recuo no índice, sendo elas: Brasília (de 1% para 0,88%), Porto Alegre (de 0,39% para 0,24%), Rio de Janeiro (de 0,5% para 0,32%) — a maior desaceleração —, Salvador (de 0,13% para 0,1%) e São Paulo (de 0,33% para 0,17%).
Das localizações, apenas duas apresentaram alta no IPC-S: a capital mineira Belo Horizonte (de 0,44% para 0,62%) e a capital pernambucana Recife (de 0,66% para 0,81%).
Ao todo, o indicador da inflação semanal da última quadrissemana de dezembro de 2022, apesar de aumentar em 0,35%, também indicou uma desaceleração em relação ao resultado da terceira quadrissemana do mesmo mês, quando o IPC-S variou 0,44%.
O medidor acumula, dessa maneira, nos últimos 12 meses, uma alta de 4,28%. O recuo foi pressionado pelo grupo de Transportes, indo de 0,24% no resultado anterior para -0,07% no IPC-S da última quadrissemana de dezembro do ano passado.
Dentro da classe, o destaque é do item gasolina, apresentando uma variação de -1,21% em comparação aos -0,09% apresentados na terceira quadrissemana do mês.
Nesta quarta-feira (4), deve ser divulgada a inflação por capital, também pesquisada durante a última semana do ano.
O próximo resultado do Índice de Preços ao Consumidor Semanal deve ser apresentado na próxima segunda-feira (9). A segmentação por região, no entanto, deve ser divulgada na próxima terça-feira (10).
Grupos do IPC-S
Dentro das oito classes de despesa consideradas pela pesquisa, quatro delas — incluindo a de Transporte — apresentaram reduções em suas taxas de variação.
O grupo de Alimentação foi de 0,98% para 0,73%. Um dos itens que mais chamou a atenção dentro da pasta foram as hortaliças e legumes que variaram em 5,17% em comparação à alta de 8,90% na terceira quadrissemana de dezembro.
A classe de Habitação também apresentou uma desaceleração, indo de 0,40% para 0,31% no último resultado. Aqui, o destaque vai para a tarifa de eletricidade residencial, que apresentou uma alta de 0,43% nesta publicação, ante variação positiva de 1,19% no resultado anterior.
As Despesas Diversas, por sua vez, também recuaram, de 0,09% para 0,03% na última quadrissemana de 2022, com destaque para o item alimentos para animais domésticos, que desacelerou de 1,61% para 0,95%.
As outras classes, no entanto, apresentaram altas em suas variações, sendo os grupos de Comunicação (de 0,50% para 0,74%); Educação, Leitura e Recreação (de -0,29 para 0,07%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,48% para 0,55%); e Vestuário (de 0,72% para 0,87%).
Projeção da inflação
De acordo com o Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (1) pelo Banco Central (BC), a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o medidor oficial de inflação no país, para 2023 foi elevada, indo de 5,23% para 5,31%.
A previsão para a taxa inflacionária de 2024 e 2025 também foi aumentada, indo de, respectivamente, 3,60% e 3,20% para 3,65% e 3,25%.
No entanto, a meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,25%, com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, será cumprida se atingir o fim de 2023 entre 1,75% e 4,75%.