IPCA-15 sobe 0,51% em maio com saúde e cuidados pessoais liderando a alta
Houve desaceleração da prévia oficial da inflação em relação ao mês passado
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, subiu 0,51% em maio. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (25). A alta foi puxada pelo avanço de 1,49% dos gastos com saúde e cuidados pessoais.
O IPCA-15 apresentou uma desaceleração em relação ao mês passado. Em abril, o índice subiu 0,57%, impulsionado pelo preço dos combustíveis, e acumulou alta de 4,16% em um ano.
A expectativa era de uma variação positiva de 0,62% em maio, segundo estimativas de analistas do BTG Pactual, enquanto a Warren esperava 0,65%. A média das projeções era de uma alta de 0,64%, segundo o Investing.
A partir do resultado, o índice passou a acumular uma alta de 4,07% no período de 12 meses.
No acumulado até aqui, o IPCA-15 é de 3,12%. A meta inflacionária do Banco Central do Brasil (BC) para este ano é de 3,25%, podendo variar entre 1,75% e 4,75%.
Apesar da prévia abaixo da meta, as expectativas da última edição do Boletim Focus, relatório do BC que reúne as projeções de agentes do mercado financeiro, é de que o IPCA encerre o ano em 5,80%.
Saúde lidera a alta
O principal peso no IPCA-15 de maio veio do grupo de saúde e cuidados pessoais, com uma forte alta de 2,68% nos preços dos produtos farmacêuticos.
De acordo com o IBGE, o aumento é consequência, principalmente, de um reajuste de até 5,60% no valor dos medicamentos, que foi autorizado em 31 de março e passou a valer em abril.
Porém, os itens de higiene pessoal também registraram uma variação positiva no último mês, passando de uma alta de 0,35% em abril para 1,38% em maio.
O destaque para o item de higiene que mais teve aumento no preço fica por conta dos perfumes, que subiram 2,21% no mês.
Os grupos de alimentação e habitação também tiveram um aumento expressivo.
Os preços da alimentação no domicílio foram os que mais subiram, com uma alta de 1,02% e destaque para o aumento dos seguintes itens:
• tomate, com alta de 18,82%;
• batata-inglesa, com alta de 6,60%;
• leite longa vida, ficando com 6,03%, e queijo, com alta de 2,42%.
Já as frutas e o óleo de soja tiveram redução de 1,52% e 4,13%, respectivamente.
A alimentação fora do domicílio subiu para 0,73% em maio.
No setor de habitação, as altas mais expressivas vieram da energia elétrica residual (de 0,51%) e da taxa de água e esgoto (1,24%), após reajustes nas tarifas em alguns estados.
Gasolina e diesel tiveram queda nos preços
Em contrapartida, o grupo de transportes obteve queda em maio, com destaque para os preços dos combustíveis a base de petróleo, ajudando a desacelerar o IPCA-15.
Confira a variação dos combustíveis:
• gasolina caiu 0,21%;
• óleo diesel caiu 2,76%;
• gás veicular caiu 0,44%;
• Na contramão, o etanol subiu 3,62%.
Analistas veem bons sinais no IPCA-15 de maio
Com base na análise média dos núcleos em maio, o analista da Kínitro Capital destaca que o dado surpreendeu na margem (0,42%, ante os 0,58% projetados). Em termos interanuais, a média desacelerou de 7,49% para 6,77%. E a média móvel de 3 meses anualizada também perdeu velocidade, de 6,51% para 6,28%.
“Vale destacar que o quadro geral para a inflação melhorou no último mês e podemos ter novas surpresas positivas com a inflação nos próximos meses. No entanto, estamos naquela fase difícil do processo de desinflação, quando os principais choques se dissipam e a convergência das principais medidas de núcleo é um processo gradual”, alerta.