IPCA-15 sobe 0,69% em março com maior impacto para Transportes, puxado pelo aumento da gasolina – ESTOA

IPCA-15 sobe 0,69% em março com maior impacto para Transportes, puxado pelo aumento da gasolina

O indicador desacelerou na comparação com fevereiro, quando ficou em 0,76%. A categoria Transportes, ficou com 1,50% e 0,30 p.p respectivamente


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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial no país, ficou em 0,69% em março, conforme informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24).  

O índice apresentou uma desaceleração em comparação ao mês de fevereiro, quando ficou em 0,76%. O indicador acumulado em 12 meses também caiu de 5,63% para 5,36%. O IPCA-15 em março de 2022, foi de 0,95%.

As expectativas do mercado eram de uma alta de 0,65% na comparação mensal, e 5,30%, na anual, de acordo com pesquisa da Reuters.

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Categorias com maiores impactos no índice

De acordo com os dados do IBGE, oito dentre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados para composição do indicador tiveram alta na comparação com o mês anterior. A exceção ficou por conta de artigos de residência, único a apresentar deflação no mês.


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Os resultados divulgados mostram que a maior variação e o maior impacto vieram de Transportes, com 1,50% e 0,30 p.p respectivamente. Houve uma aceleração no resultado desse grupo em relação a fevereiro, quando teve variação de 0,08%. 

Os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,18% e 0,15 p.p.) ficaram com o segundo maior impacto sobre o IPCA-15 de março. A alta no grupo foi puxada por perfumes (5,88%), maquiagem (3,81%), sabonetes (1,85%) e produtos para cabelo (1,34%).

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O plano de saúde subiu 1,20%, e “segue incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos”, diz o IBGE.

Todas as regiões registraram alta, com destaque para Porto Alegre e Curitiba/Foto: Reprodução

A habitação aparece logo em seguida com (0,81% e 0,12 p.p). Alimentação e bebidas com (0,20% e 0,04 p.p), por outro lado, desacelerou na comparação com o mês anterior, quando registrou variação de 0,39%. 

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A categoria de Educação ficou com 0,08% e o 0,75% de Comunicação.

O único grupo a apresentar queda em março foram artigos de residência, influenciado pela redução de 1,81% dos itens de TV, som e informática, especificamente os televisores (-1,89%) e os computadores pessoais (-1,68%).  

O IPCA-E, acumulado trimestral do IPCA-15, ficou em 2,01%, menor do que os 2,54% registrados no mesmo período do ano passado.

Regiões

Todas as regiões pesquisadas apresentaram alta em março, com maiores variações registradas em Porto Alegre e Curitiba, ambas com 1,13%. Em ambos os casos, a alta da energia elétrica puxou o índice para cima, com avanço de 10,76% e 10,42%, respectivamente.


O menor resultado ocorreu em Salvador (0,37%), onde pesaram as quedas de 10,35% nas passagens aéreas e de 9,13% no seguro voluntário de veículos.

Aumento no preço da gasolina

De acordo com o instituto, a alta do grupo transportes foi puxada, principalmente, pelo aumento de 5,76% nos preços da gasolina. Este foi o subitem com o maior impacto individual no IPCA-15 de março (0,26 p.p). O etanol também apresentou uma alta, porém com menos intensidade, ficando em (1,96%).

O governo anunciou no fim de fevereiro a reoneração da gasolina e etanol. O tema foi decidido através de muitas reuniões e embates entres as alas política e econômica do PT, que têm a reoneração como impopular e inflacionária. A retomada da tributação representou uma vitória para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

De acordo com o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a reoneração parcial dos impostos vale por quatro meses, até junho.

Os valores de transportes individuais e coletivos também contribuíram para a alta. Os transportes por aplicativo, por exemplo, tiveram alta de 9,02%. Também ficaram mais caros os ônibus urbanos, os intermunicipais, os trens e os táxis.