IPCA apresenta alta de 0,61% em abril, puxado pelo preço dos remédios
A inflação desacelerou durante o período
O indicador oficial da inflação no Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) apresentou uma alta de 0,61% durante o mês de abril, mostrando uma desaceleração em relação ao mês anterior.
As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (12) e, segundo o levantamento, o avanço dos preços dos medicamentos teria pressionado a elevação do indicador.
Inflação desacelera em abril
A expansão de 0,61% indicada pelo Instituto mostrou uma desaceleração do IPCA ante o resultado de março deste ano, quando foi constatada uma variação positiva de 0,71%. Em abril de 2022, o indicador indicou um avanço de 1,06%.
O resultado faz com que a inflação do Brasil, no acumulado em 12 meses, seja de 4,18%. Desde o mês de janeiro deste ano, o IPCA conta com uma expansão de 2,72%.
Apesar de mostrar uma desaceleração em relação ao resultado imediatamente anterior, a quantia ficou, ainda, acima das expectativas do mercado financeiro. Isso, pois segundo as projeções da Reuters, era esperado um aumento de 0,54%.
Além disso, de acordo com o IBGE, todos os nove grupos de produtos e serviços analisados para constatar a variação do medidor apresentaram aumentos no mês, liderados pelo setor de Saúde e Cuidados Pessoais, que indicou os maiores impacto e variação.
Os planos de saúde também foram um dos fatores a pressionar a alta do IPCA durante o mês passado, indicando um aumento de 1,2%
“Houve incorporação das frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023”, afirmou o analista da pesquisa, André Almeida.
De acordo com as expectativas do setor, os preços devem apresentar uma alta entre 10% e 12% para os planos de saúde individuais e familiares.
Variação dos grupos
A principal influência para o avanço da inflação durante o período foi a alta do preço dos remédios que, de acordo com o IBGE, subiu em 3,55% e contribuiu em 0,12 p.p. para o índice.
Este é o resultado da aprovação por parte do Governo Federal do reajuste de até 5,6% na precificação dos medicamentos. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União no fim do mês de março.
Apesar disso, os produtos de Higiene Pessoal apresentaram, por sua vez, uma desaceleração durante o período, de 0,76% em março para 0,56% em abril.
O grupo de Alimentação e Bebidas também contribuiu para o resultado, aumentando de 0,05% para 0,71% durante o mês de abril. Este foi responsável por pressionar o índice em 0,12%.
O setor de Transportes, por sua vez, indicou uma desaceleração, indo de 2,11% em março deste ano para 0,56% em abril, pressionando em 0,12% o IPCA.
“Contribuíram para esse resultado a queda de 0,44% dos combustíveis, que haviam registrado alta de 7,01% em março”, disse o analista.
Dentre a categoria de Alimentação no Domicílio, que chegou ao fim do mês passado com alta de 0,73%, os destaques de variação positiva foram o tomate (10,64%), leite longa vida (4,96%) e queijo (1,97%).
Ainda dentro deste grupo, os destaques de queda foram a cebola (-7,01%) e o óleo de soja (-4,44%).
Mercado em estabilidade
Apesar da desaceleração da inflação brasileira indicada pelo IPCA, o mercado manteve-se em estabilidade.
Por volta das 15:00 horas (horário de Brasília), o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, apresentou alta de 0,03%.