IPCA tem queda de 0,68% em julho, menor taxa desde 1980
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho foi -0,68%, ante 0,67% em junho. Foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980. No ano, o IPCA acumula alta de 4,77% e, nos últimos 12 meses, de 10,07%, abaixo dos 11,89% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2021, a variação havia sido de 0,96%.
Período | Taxa |
---|---|
Julho de 2022 | -0,68% |
Junho de 2022 | 0,67% |
Acumulado do ano | 4,77% |
Acumulado nos últimos 12 meses | 10,07% |
Julho de 2021 | 0,96% |
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, dois apresentaram deflação em julho, enquanto os outros sete tiveram alta de preços. O resultado do mês foi influenciado principalmente pelo grupo dos Transportes que teve a queda mais intensa (-4,51%), e contribuiu com o maior impacto negativo (-1,00 ponto percentual) no índice de julho.
Recuos nos grupos do IPCA
Além disso, também houve recuo nos preços do grupo Habitação (-1,05%), com impacto de -0,16 p.p. O recuo do grupo Habitação (-1,05%) está relacionado especialmente à queda da energia elétrica residencial (-5,78%). Após a sanção da Lei Complementar 194/22, vários estados reduziram a alíquota de ICMS cobrada sobre os serviços de energia elétrica.
Os demais grupos ficaram entre o 0,06% de Educação e o 1,13% de Despesas pessoais, segunda maior variação positiva em julho.
A queda de 4,51% no grupo dos Transportes deve-se, principalmente, à redução no preço dos combustíveis (-14,15%). O preço da gasolina caiu 15,48% e o do etanol recuou 11,38%. A gasolina, individualmente, contribuiu com o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem IPCA, com -1,04 p.p. Além disso, também foi registrada queda no preço do gás veicular, com -5,67%. O único combustível com alta em julho foi o óleo diesel (4,59%), cujo resultado ficou acima do mês anterior (3,82%).
Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou as Revisões Tarifárias Extraordinárias de 10 distribuidoras espalhadas pelo país, reduzindo as tarifas a partir de 13 de julho.
Grupos em alta
A maior variação positiva, por sua vez, veio de Alimentação e bebidas (1,30%), que acelerou em relação a junho (0,80%), contribuindo com 0,28 p.p. Vestuário (0,58%) e Saúde e cuidados pessoais (0,49%) seguiram movimento inverso, desacelerando em relação ao mês anterior (quando registraram 1,67% e 1,24%, respectivamente).
No grupo Alimentação e bebidas (1,30%), o destaque ficou com a alimentação no domicílio, que acelerou de 0,63% em junho para 1,47% em julho. O maior impacto positivo no índice do mês (0,22 p.p.) veio do leite longa vida (25,46%), cujos preços já haviam subido 10,72% no mês anterior.
Além disso, os preços de alguns derivados, como o queijo (5,28%), a manteiga (5,75%) e o leite condensado (6,66%) também subiram, contribuindo para o resultado observado no mês.
Por fim, cabe comentar o resultado do grupo Despesas pessoais (1,13%), que acelerou em relação ao mês anterior (0,49%) e contribuiu com o segundo maior impacto positivo (0,11 p.p.) no IPCA de julho. Os dois principais destaques foram os subitens empregado doméstico (1,25%) e cigarro (4,37%), este último por conta dos reajustes entre 4,44% e 8,70% nos preços dos produtos comercializados por uma das empresas pesquisadas, a partir de 3 de julho.
INPC foi de – 0,60% em julho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC teve queda de 0,60% em julho, a menor variação registrada desde o início da série histórica, iniciada em abril de 1979. No ano, o INPC acumula alta de 4,98% e, nos últimos 12 meses, de 10,12%, abaixo dos 11,92% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2021, a taxa foi de 1,02%.
Os produtos alimentícios passaram de 0,78% em junho para 1,31% em julho, enquanto os não alimentícios foram de 0,57% para -1,21%.
*Com informações do IBGE.