Lucro líquido do BNDES até setembro foi 93% maior do que o ano passado

Na noite desta quinta-feira (11), o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou seu novo relatório de resultados financeiros de forma online. De acordo com o documento, o lucro líquido da instituição nos nove primeiros meses do ano foi 93% acima do volume do mesmo período em 2020, chegando a R$26,4 bilhões.

O resultado foi impulsionado pelos resultados com participações societárias. Considerando apenas o terceiro trimestre, o lucro líquido foi de R$11,3 bilhões, valor 29% acima do registrado entre julho e setembro do ano passado. 

Segundo o documento, a performance financeira do BNDES de janeiro a setembro tem como fator principal as alienações de ações de Vale (VALE3) e Klabin (KLBN4), que contribuíram com um lucro líquido de R$6,0 e R$1,0 bilhões, respectivamente.

Além disso, outra receita importante da instituição financeira no trimestre foram os R$2,1 bilhões pela venda de debêntures da Vale (VALE3) e pela receita com dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) distribuídos por empresas que fazem parte da sua carteira de ações, destacando Petrobras, Eletrobras e Copel. 

Outro fator que teve forte influência no desempenho do terceiro trimestre foi a reversão de provisão para perdas em investimentos na Petrobras, constituídas entre 2014 e 2016 no valor de R$5,4 bilhões por impairment das ações da Petrobras, o que tem apenas efeito contábil. 

Essa situação ocorre quando se avalia que um ativo sofreu deterioração. Nesse caso, envolvem ações da Petrobras adquiridas pelo BNDES. 

Segundo a diretora de finanças do BNDES, Bianca Nasser, em entrevista à Agência Brasil, este valor faz parte de um movimento que se dá em função do comportamento das ações da Petrobras, do cenário econômico e dos normativos internos e de órgãos reguladores. 

“Considerando não só a passagem do ciclo mais grave de pandemia, como também a estabilidade dessa ação em um preço mais elevado, a revisão do valor econômico desse ativo nos trouxe a indicação de fazer a reversão dessa perda permanente”, afirmou.

A partir de 2019 o BNDES adotou uma política de redução de exposição aos riscos do mercado. Para isso, a estratégia utilizada vem sendo a de reduzir a participação societária com a venda de papéis. 

Hoje em dia, a instituição financeira possui R$80,7 bilhões em participações societárias. Sua carteira de ações é composta por 37% de papéis da Petrobras, 28% da JBS, 13% da Eletrobras, 6% da Copel e 16% de outras companhias. 

O patrimônio líquido do BNDES, segundo o novo relatório, é de R$119,1 bilhões, com redução de 2,6% no trimestre. 

Em outubro, o banco pagou antecipadamente o contrato de dívida junto ao Tesouro Nacional no montante de R$5,0 bilhões. O saldo remanescente das dívidas com o Tesouro contempladas no Plano enviado ao TCU em março de 2021 é de aproximadamente R$90,1 bilhões. 

CARTEIRA DE CRÉDITO

A carteira de crédito expandida da instituição atingiu R$446,3 bilhões em 30 de setembro de 2021, apresentando um crescimento de 1,8% em relação a 30 de junho. 

Do total de R$21,8 bilhões registrado de julho a setembro, 43,8% foram para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). O setor que recebeu mais crédito entre julho e setembro foi o de infraestrutura (R$9,3 bilhões), seguido pelo agropecuário (R$6,3 bilhões).

A inadimplência de mais de 90 dias se manteve baixa, com oscilação de 0,19% em 30 de junho de 2021 para 0,23% em 30 de setembro de 2021, inferior ao índice do Sistema Financeiro Nacional (2,29%). 

A qualidade da carteira de crédito foi mantida, uma vez que 92,3% das operações estavam classificadas nos mais baixos níveis de risco (entre AA e C) em 30 de setembro de 2021.

Para informações mais detalhadas sobre o relatório divulgado pelo BNDES basta acessar as demonstrações financeiras do BNDES e suas subsidiárias