Lula defende utilização de moeda alternativa ao dólar para transações comerciais entre os Brics – ESTOA

Lula defende utilização de moeda alternativa ao dólar para transações comerciais entre os Brics

O presidente também defendeu que os países tenham capacidade de endividamento para promover a realização de investimentos


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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou a utilização do dólar como moeda padrão para transações comerciais e defendeu o uso de uma moeda alternativa entre países do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

A fala ocorreu durante discurso na cerimônia de posse de Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) em Xangai, na quinta-feira, 13 (quarta, 12, no Brasil).


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Lula questiona o dólar como moeda padrão e dispara “muita gente mal acostumada”

“Por que um banco como o Brics não pode ter uma moeda que pode financiar a relação comercial entre Brasil e China, entre Brasil e outros países do Brics?”, questionou.

“Quem decidiu que era o dólar a moeda depois que desapareceu o ouro como paridade? Hoje um país precisa correr atrás de dólar para poder exportar, quando poderia exportar com sua própria moeda e os bancos centrais poderiam cuidar disso. Todo mundo depende de uma única moeda, e tem muita gente mal acostumada “, disse Lula.

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O dólar se tornou o padrão do comércio internacional com o Acordo de Bretton Woods, conferência que decidiu lastrear a moeda americana ao ouro. A conferência ocorreu em 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial. 

Em seu discurso, Lula também defendeu que os países tenham capacidade de endividamento junto a instituições financeiras para promover a realização de investimentos com objetivo de gerar novos empregos e evitar o aprofundamento das crises econômicas.

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“Não cabe aos bancos asfixiar as economias dos países como estão fazendo agora com a Argentina, no caso do FMI, e como fizeram com o Brasil durante muito tempo”, frisou.

“Não é possível admitir a ideia que um país não pode dever. Todos os países podem dever, desde que essa dívida seja para contrair empréstimo para fazer uma obra que vai trazer mais futuro para aquele país, mais capacidade de investimento”, pontuou.

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De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brics é composto por umas das maiores economias do mundo:

Contando com a China, segunda maior economia do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos – Índia, 7º lugar; Brasil, 9º lugar; Rússia, 11º lugar e África do Sul, 37º lugar. 

O Banco Central brasileiro anunciou no último mês que havia fechado um acordo com chinês para conversão direta das moedas dos países em operações comerciais. 

Um dos principais motivos da viagem de Lula à Ásia, é para tratar da relação comercial com a China, maior parceiro de negócios do Brasil, mas também da guerra entre Rússia e Ucrânia e de questões que envolvem governança global.

Legenda: Lula visita Huawei em Xangai para participar de uma série de reuniões Créditos: Reprodução

Organismos multilaterais

Em relação às reformas nos organismos multilaterais, Lula citou a Organização das Nações Unidas (ONU), além do FMI e do Banco Mundial, e cobrou que os países emergentes utilizem “de maneira criativa” o G-20, grupo dos países mais ricos do mundo. 

O objetivo a partir disso é reforçar os temas prioritários para o mundo em desenvolvimento na agenda internacional. Em 2024, o Brasil será o presidente do G20.


Segundo Lula, no Brasil, os recursos do NDB são responsáveis por financiar projetos de infraestrutura, programas de apoio à renda, mobilidade sustentável, adaptação à mudança climática, saneamento básico e energias renováveis.

Lula visita a sede da Huawei

Nesta quinta-feira (13), Lula visitou a sede da gigante de tecnologia Huawei e participou de reuniões com executivos das áreas de energia sustentável e comunicações. 

O presidente disse através do Twitter que a empresa fez uma apresentação sobre 5G e soluções em telemedicina, educação e conectividade.

Lula também se reuniu com o CEO da empresa de veículos elétricos BYD, Wang Chuanfu. A empresa produz ônibus elétricos e está negociando uma fábrica de automóveis elétricos na Bahia, em Camaçari.