Mercado financeiro eleva projeção da inflação para 6,05% em 2023 durante semana de Copom
Esta é o quinto avanço seguido na previsão
De acordo com o Boletim Focus publicado nesta terça-feira (2) pelo Banco Central (BC) do Brasil, as expectativas do mercado financeiro para a inflação neste ano foram elevadas pela quinta edição seguida, para 6,05%.
O avanço foi divulgado enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne para decidir o direcionamento da taxa Selic, os juros básicos da economia.
Expectativas sobre a inflação
Nesta edição do documento, publicado semanalmente pela autoridade monetária brasileira, os economistas e players do mercado financeiro elevaram suas projeções sobre a inflação durante este ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O avanço foi de 0,01%, o que fez com que a expectativa do documento atingisse os 6,05%. Para os próximos anos, no entanto, as previsões se mantiveram as mesmas.
O previsto está, ainda, acima da meta de inflação deste ano, determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 p. p. para cima ou para baixo.
Em 2024, os players do mercado esperam que o IPCA feche a 4,18% pela segunda semana seguida. Para 2025, a projeção é de que o indicador da inflação atinja os 4% pela quinta semana consecutiva.
Por último, em 2026, o mercado projeta que o medidor inflacionário termine o ano aos 4%. Esta é a mesma previsão há seis semanas edições seguidas.
A mudança foi publicada no mesmo dia em que o Copom, braço do BC responsável por formular a política monetária do país, se reúne para definir o direcionamento dos juros básicos da economia brasileira.
Após o término do terceiro encontro do órgão neste ano, a decisão deve ser divulgada na noite da próxima quarta-feira (3). As expectativas são de que o custo dos empréstimos seja mantido aos 13,75% ao ano.
Juros
Na edição que acompanha a reunião do Copom, o mercado financeiro manteve pela segunda semana seguida suas projeções para a taxa Selic. Os economistas e instituições consultados pelo BC esperam, dessa forma, que o indicador finalize este ano aos 12,50%.
Para os dois próximos anos, as expectativas também foram mantidas. Assim, ao fim de 2024, é esperado que os juros básicos cheguem aos 10,00% pela décima primeira semana seguida.
Em 2025, é projetado que o custo dos empréstimos totalize 9,00% pela décima segunda edição consecutiva. As previsões para 2026, por sua vez, foram elevadas, de 8,75% para 8,88% ao ano, um avanço de 0,13%.
PIB
Outra projeção alterada nesta edição do Boletim Focus é a de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, indo de 0,96% para 1%, um avanço de 0,04%. A previsão de variação positiva da economia brasileira para 2024 manteve-se, no entanto, aos 1,41%.
Apesar disso, para 2025, o mercado financeiro também elevou suas expectativas para o avanço econômico, de 1,70% para 1,80%. Em 2026, é previsto que o PIB mostre uma variação positiva de 1,80% pela quarta semana seguida.
Este fator pode gerar um impacto positivo na tomada de decisão do braço da autoridade monetária. Isso, pois o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) mostrou um avanço de 3,32% durante o mês de fevereiro.
Isso faz com que o medidor apresente uma alta significativa em relação ao mês anterior, o que pode alterar a deliberação do Copom.
Apesar deste fator, anteriormente, o presidente da autoridade monetária brasileira, Roberto Campos Neto, afirmou que a queda dos juros seria mais lenta do que a dos movimentos políticos.
Câmbio
Em todas as perspectivas, as expectativas do mercado para a cotação do real ante o dólar permaneceram as mesmas.
Dessa maneira, é esperado que a moeda brasileira atinja os R$ 5,20 em 2023; R$ 5,25 em 2024; R$ 5,30 em 2025 pela décima nona semana seguida; e R$ 5,32 no ano de 2026.