Nubank se torna o banco mais valioso da América Latina
Após precificar suas ações em US$9, o Nubank atingiu valor de mercado de US$41,5 bilhões, que é equivalente a algo em torno de R$230 bilhões.
O mercado de ações foi um assunto muito comentado nos noticiários dos últimos dias. Isso porque a fintech Nubank teve a sua estreia na bolsa de valores americana, mais precisamente na New York Stock Exchange (NYSE), e se tornou o banco mais valioso da América Latina.
Após precificar suas ações em US$9, o Nubank atingiu valor de mercado de US$41,5 bilhões, que é equivalente a algo em torno de R$230 bilhões.
Com este número, o banco supera o Itaú, que tem valor de mercado de R$213 bilhões, no ranking das instituições financeiras mais valiosas do Brasil, e agora ocupa a primeira colocação.
A estreia dos papéis do Nubank na NYSE ocorreram nesta quinta-feira (09) e o resultado foi positivo. Após o encerramento do pregão, o preço da ação subiu e fechou em cerca de US$10,5, dessa forma, elevando o valor de mercado da fintech para quase US$ 50 bilhões.
Se convertido em reais, o valor gira em torno de 278 bilhões.
CENÁRIO
Na semana anterior à entrada do Nubank na bolsa americana, a fintech precisou reduzir sua avaliação do IPO (oferta pública inicial) em 20%. O que ocasionou a queda foi a fraca demanda de investidores que ficaram receosos em investir em uma fintech bancária que não gera lucros.
Dessa forma, o valor que estava estimado de US$10 a US$11 foi reduzido para US$8 a US$9.
NUBANK
Com surgimento em 2013, o Nubank é um dos mais recentes casos de sucesso de empreendedorismo no Brasil.
Fundada por David Vélez, o banco surgiu após a frustração do colombiano residente em São Paulo, depois de entrar em uma agência bancária brasileira.
Em 2012, quando chegou ao país, ele levou quatro meses até conseguir abrir uma conta corrente em “um dos maiores bancos do Brasil”.
Após perceber a necessidade de um novo sistema de atendimento bancário, Vélez se juntou com Edward Wible e Cristina Junqueira para fundar uma das principais startups do Brasil, o Nubank.
O que começou como uma frustração de Vélez, se transformou em um gigante, que em junho de 2021 recebeu um investimento de US$500 milhões da companhia Berkshire Hathaway, do megainvestidor americano Warren Buffett.
O Nubank é uma fintech que desenvolve soluções simples, seguras e 100% digitais para sua vida financeira. Hoje, é o maior banco digital independente do mundo e conta com mais de 40 milhões de clientes em todos os 5.570 municípios do Brasil.
Além do Brasil, o banco também tem atuação no México e na Colômbia.
Atualmente, o Nubank oferece uma série de serviços para o seu cliente, porém o seu diferencial é justamente o problema encontrado por Vélez alguns anos atrás: o atendimento.
SEM LUCROS
Inspirada em um modelo de sucesso como a Amazon, o Nubank vem registrando prejuízos desde o seu surgimento.
Isso se deve ao foco do seu modelo de crescimento, que visa primeiramente o ganho de mercado e o aumento de sua base de clientes. Por isso, neste primeiro momento o seu objetivo não é gerar lucro.
Para a estratégia funcionar é necessário “queimar caixa” para entrar e se consolidar no mercado e assim fazer com que a marca seja lembrada pelos clientes.
Por qual motivo uma pessoa investe em uma empresa que não gera lucros?
A resposta é simples: Eles estão apostando em uma rentabilidade futura da fintech.
Para que este processo dê continuidade e funcione no futuro, as metas e objetivos do Nubank precisam ser atingidas com êxito. Isso está sendo possível graças ao aporte financeiro de investidores, como é o caso do já citado Warren Buffett incluindo sócios atuais como Sequoia e Tiger Global, e novos, como SoftBank Latin America.