OCDE/Fall: No fiscal, precisa de regras definidas, teto e forma para cumpri-lo
O chefe adjunto do departamento econômico da OCDE responsável por acompanhar a economia brasileira, Falilou Fall, destacou questões que o País precisa encarar para ajudar na recuperação econômica e ter uma atividade mais resiliente, no evento Semana Brasil – OCDE, promovido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e pelo governo federal.
Recentemente, a OCDE aprovou o roteiro para iniciar formalmente o processo de entrada do País na entidade.
Um dos pontos que Fall destacou foi o alto nível de gastos públicos do País, especialmente obrigatórios. Para ele, é necessário que o Brasil tenha regras bem definidas para as despesas. O membro da OCDE ressaltou que não só é preciso manter o teto de gastos, mas ter mecanismos para cumpri-lo.
“Precisa de regras bem definidas dos gastos públicos, teto de gastos e mecanismos para que isso seja comprido”, disse.
Fall também avaliou que, na política monetária, é preciso ser bastante transparente na comunicação e que a autonomia reforça a credibilidade do Banco Central. “Brasil foi um dos países que reagiu de forma mais rápida ao aumento da inflação a partir do ano passado.”
Outro ponto comentado foi o aumento da dívida externa desde a crise relacionada à covid, mas o representante da OCDE avaliou que o nível ainda é gerenciável, especialmente considerando o nível de reservas.
Em relação às contas externas, Fall disse que houve melhora no último mês e no último ano graças à exportação de commodities e maior entrada de capitais. “Arcabouço é atraente para investidores institucionais.
Taxa de câmbio é mais difícil de ser gerenciada, porque não depende só de políticas internas, depende também de internacionais, como as ações do Fed.”
*Com Estadão Conteúdo