Opep mantém previsão para alta da demanda por petróleo
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deixou inalterada a previsão de aumento na demanda global por petróleo em 2022, em 3,36 milhões de barris por dia (bpd), segundo relatório mensal publicado nesta terça-feira. Se confirmado, o consumo atingiria 100,29 milhões de bpd este ano.
Do crescimento, a Opep estima que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) responderá por 1,77 milhão de bpd e países de fora do grupo, por 1,6 milhão de bpd.
A Opep espera que o arrefecimento nos gargalos de oferta contribua para sustentar a demanda por petróleo, bem como a retomada do turismo global.
Oferta fora do grupo
A organização comentou que a previsão para 2022 do crescimento da oferta de petróleo de fora do cartel foi revisada em baixa de 250 mil bpd, para 2,1 milhões de bpd.
Já a produção de petróleo da Rússia em 2022 teve revisão cortada em 250 mil bpd, enquanto a dos EUA também para o próximo ano foi mantida em 1,3 milhão de bpd.
Segundo a Opep, os principais motores para o crescimento da oferta por petróleo em 2022 devem ser Estados Unidos, Brasil, Canadá, Cazaquistão, Guiana e China. Por outro lado, deve haver recuo na produção na Rússia, Indonésia e Tailândia.
Previsão da Opep para o Brasil
Segundo a Opep, o Brasil deve ter oferta de combustíveis líquidos em média de 3,6 milhões de bpd neste ano, um corte de 78 mil bpd ante a projeção do mês passado.
Para 2022, a oferta de combustíveis líquidos do País, incluindo biocombustíveis, deve aumentar 200 mil bpd, na comparação anual, a uma média de 3,8 milhões de bpd, número inalterado ante o mês anterior.
Nas projeções mais atualizadas, a Opep prevê que a economia brasileira cresça 1,2% neste ano. Antes, esperava avanço de 0,7%.
PIB global
A Opep também manteve sua projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2022, em 3,5%, segundo relatório mensal publicado nesta terça-feira.
No caso dos EUA, a previsão de alta do PIB para este ano caiu de 3,2% para 3,0%. Para a zona do euro, a projeção foi revisada de 3,1% para 3,0%. Para a China, se manteve em 5,1%. Para o Japão, foi de 1,8% para 1,6%. Já para a Rússia, a projeção se manteve em contração de 6%.
A Opep avalia que a atual projeção de crescimento da economia global, inalterada em relação ao mês passado, considera uma recuperação gradual da economia global no final do segundo trimestre e além.
“Presume-se que a situação na Europa Oriental não irá piorar, e que não causará maiores repercussões em outras economias, além de seu atual impacto”, diz o texto. “No entanto, será importante monitorar como os consumidores lidam com um déficit na oferta de produtos agrícolas da Ucrânia e da Rússia, e quais consequências de um declínio potencial nas exportações russas de combustíveis fósseis”, pondera.
*Com Estadão Conteúdo.