Ouro fecha em alta, com conflito na Ucrânia aumentando busca por porto-seguro
O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta quinta-feira, 24, em uma sessão marcada pelas ações militares da Rússia contra a Ucrânia, o que levou o metal a ser procurado como um porto-seguro diante do temor pelos efeitos do conflito. Além do impacto da escalada de agressões para a oferta global de uma série de itens, os temores pelo impacto das potenciais sanções reforçam a cautela pelos efeitos do confronto na economia global.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril subiu 0,83%, a US$ 1.926,3 por onça-troy.
O preço do ouro chegou a subir para US$ 1.950 por onça troy, colocando-o em seu nível mais alto em mais de um ano, aponta o Commerzbank. A Rússia atacou a Ucrânia esta manhã, aumentando significativamente a aversão ao risco nos mercados financeiros, afetando metal, com uma considerável demanda como porto seguro, resume o banco alemão. Em sua projeção, outras sanções devem ser impostas à Rússia em um futuro próximo, que provavelmente atingirão o país com mais força do que a primeira parcela das sanções anunciadas anteontem. “Esperamos que a Rússia responda com medidas de retaliação, que podem incluir a suspensão das exportações de commodities importantes para países ocidentais”, avalia.
Para o TD Securities, geopolítica à parte, embora as chances de uma ação mais agressiva de curto prazo tenham se tornado menos prováveis, ainda esperamos que o peso esmagador de um Federal Reserve (Fed) agressivo acabará por esgotar o apetite por metais preciosos. “Sem um comportamento de compra sustentado, é improvável que os preços do ouro permaneçam em tendência de alta, principalmente porque as taxas reais aumentam acentuadamente em meio ao aperto duplo via aumentos de juros e aperto quantitativo”, avalia. Hoje, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, reconheceu que a crise na Ucrânia pode ter impacto na postura da autoridade, mas, ainda assim, defendeu uma alta de juros na reunião de março.
*Com Estadão Conteúdo