PCE registra alta na inflação de consumo dos EUA em 0,1% no mês de março
Outro indicador da economia norte-americana aponta um aumento no índice oficial do país
Na manhã desta sexta-feira, o Departamento do Comércio dos EUA e o Departamento do Trabalho divulgaram o Índice de Preços de Gastos de Consumo Pessoal (PCE) e a medida de custos de emprego, auxiliando as projeções sobre a inflação dos Estados Unidos.
Entre os dois indicadores, o Banco Central dos Estados Unidos, Federal Reserve (Fed), pode utilizar como base o PCE para definir um novo índice da meta de inflação norte-americana.
PCE
O núcleo do indicador aponta uma alta de 0,3% na leitura mensal, enquanto no mês de março o indicador subiu cerca de 0,1%, com a mesma variação do mês de fevereiro. Já na leitura anual, o indicador mantém 4,6%, com apenas 0,1 ponto percentual abaixo das estimativas feitas no mês de fevereiro.
Por mais que o Fed tenha determinado a meta de inflação norte- americana em 2% com base em um índice cheio, a instituição ainda vê o indicador PCE como uma boa tendência sobre a inflação do país.
O indicador também estima uma desaceleração em uma medida de custos de serviços.
Neste relatório do PCE, há uma desaceleração em uma medida de custos de serviços, na qual exclui os preços dos serviços de habitação e energia. De acordo com o presidente do Fed, Jerome Powell, em março houve um aumento de 0,2% no indicador-chave.
Em uma avaliação feita pela economista do C6 Bank, Claudia Rodrigues, a composição do PCE aponta alta dos preços de bens de maneira menos intensa e com foco na reorganização das cadeias produtivas.
“Acreditamos que a desaceleração em serviços continuará lenta, pois o setor é impactado pelo mercado de trabalho aquecido, que aumenta os salários acima da produtividade”, diz Rodrigues.
A economista também diz que o C6 Bank espera que o Fed continue com o ciclo de ajuste de juros, em um aumento de ponto-base de apenas 25%.
“Esse aumento seria necessário para conduzir a desaceleração da inflação em um contexto de demanda ainda forte. Não prevemos cortes nos juros até meados de 2024”, finaliza Rodrigues.
Departamento do Trabalho
Já o Departamento do Trabalho aponta através dos custos de emprego uma alta de 1,2% da inflação dos EUA neste primeiro trimestre de 2023, portanto, ficando acima das estimativas feitas em outro relatório do indicador.
Nos dados de preços, há um aumento dos custos trabalhistas, no qual reforçam as provisões feitas pelos formuladores de políticas que compõem o Fed, no qual a taxa básica de juros aumenta em mais de 0,25 pontos percentuais.
Setor de Serviços
No setor de serviços norte-americano há uma preocupação referente à inflação persistente no crescimento salarial das indústrias, já que com a meta de inflação do Fed, é possível que haja riscos de manter um crescimento dos preços acima da decisão da instituição.
Os custos trabalhistas nos EUA tiveram alta de 1% em sete trimestres consecutivos, portanto, registrando um recorde de aumentos neste setor.
As despesas de consumo pessoal foram ajustadas pelos preços, portanto, conseguiram se manter num mesmo nível no mês passado, mesmo com uma retração nos gastos de bens, assim como também os gastos com serviços, que tiveram uma queda de 0,2% no mês de fevereiro.
Em uma avaliação feita pela economista-chefe da Bloomberg Economics, nos EUA, Anna Wong, é possível que haja outro aumento de 0,25 pontos percentuais na reunião de maio da instituição.
“Nosso cenário-base é que o Fed faça uma pausa prolongada após o aumento da próxima semana, mas agora vemos um risco crescente de que eles precisam fazer mais [apertos]”, destaca Wong.
Economia dos EUA
Outros índices da economia norte-americana que ganharam destaque nos relatórios desta manhã foram os gatos do consumidor que aumentou cerca de 0,3%. A remuneração e salários subiram 0,3% pelo segundo mês consecutivo, assim como também a taxa de poupança que subiu 5,1%.