Pesquisa: 63% dos brasileiros querem fazer pagamentos com criptomoedas em suas lojas
Uma pesquisa recente realizada pela CoinsPaid, empresa que processa pagamentos em criptomoedas, reuniu 1.506 pessoas na Argentina, Colômbia e Brasil. De acordo com os resultados, 36,3% dos brasileiros disseram que teriam interesse em pagar as compras em lojas físicas com criptomoedas.
O levantamento também ouviu a opinião de quem já está pronto para fazer esse tipo de pagamento. E nesse sentido, a aceitação é ainda maior, com 63,1% dos brasileiros respondendo que já estão prontos. A diferença varia entre quais compras eles estariam dispostos a aceitar.
No entanto, a pesquisa aponta uma grande disputa entre visões. Por exemplo, enquanto 36,3% usariam criptomoedas em qualquer lugar, outros 36,9% não utilizariam de jeito nenhum. Ou seja, ainda tem uma clara oposição entre a aceitação plena e uma oposição.
Brasileiros estão abertos a pagar com criptomoedas
O percentual de 63,1% envolve todos os brasileiros que estão prontos a utilizar Bitcoin (BTC) ou outra criptomoedas como pagamento. Contudo, alguns dos entrevistados são mais seletivos em relação a gastar suas criptomoedas.
Conforme apontado no início do texto, 36,3% usariam criptomoedas em qualquer transação. Outros 9,1% usariam apenas em uma loja com marca forte/familiar. Para 10,6%, criptomoedas só seriam utilizadas para compra de itens de grande valor.
Por fim, 7,1% dos brasileiros gastariam suas criptomoedas apenas em compras de pequeno valor. E 36,9% não usariam criptomoedas para realizar suas compras.
O percentual é ligeiramente maior nos outros dois vizinhos do Brasil na América Latina. Na Argentina, 65% dos entrevistados afirmaram que estariam prontos para usar criptomoedas para alguns pagamentos em lojas de varejo. Quem mais está aberto ao uso são os colombianos, com 65,4%.
Por outro lado, 35% dos argentinos disseram que nunca usariam uma criptomoeda em lojas físicas e 44,5% nunca usariam online. Na Colômbia, os percentuais foram de 34,6% e 29,3% nos dois campos, respectivamente.
Melhora de imagem
Para Rafael Brunacci, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da CoinsPaid na América Latina, a pesquisa traz uma mudança de visão. Mostra que ao contrário do que se pensa, as pessoas estão abertas a usar criptomoedas no “mundo real”.
“Existe uma suposição entre algumas empresas de que, como as criptomoedas são moedas digitais, os clientes só vão querer usá-las como meio de pagamento no mundo online. No entanto, isso claramente não é o caso no resto do mundo. Estamos descobrindo cada vez mais que isso não representa a experiência de varejo na América Latina”.
A pesquisa descobriu – talvez sem surpresa – que o item que os entrevistados mais escolheriam usar criptomoedas como meio de pagamento eram eletrodomésticos (27,1%). Viagens (25,8%), comida (22,5%) e jogos online (18,8%) também foram escolhas populares.
No entanto, os entrevistados também sinalizaram que há uma oportunidade para os varejistas melhorarem sua marca por meio da oferta de criptomoedas como meio de pagamento. No Brasil, mais da metade (50,5%) de todos os entrevistados disseram ter uma visão positiva das empresas que oferecem serviços de pagamento de criptomoedas.
Outros 42,9% acreditam que a opção de usar criptomoedas criou uma visão muito favorável do varejista. Apenas 37,1% disseram que a aceitação de criptomoedas como pagamentos não afetaria sua percepção da empresa.
Confiança é obstáculo
A pesquisa identifica os principais obstáculos para o crescimento do uso de criptomoedas. No Brasil, 36,2% dos entrevistados sinalizaram a confiança na segurança de tal pagamento como algo que os impediria de utilizá-lo.
Simultaneamente, os brasileiros também disseram que se, ao comprar com criptomoedas, tivessem descontos especiais em produtos (26,8%) ou maior comodidade e conforto (26,3%) como possíveis benefícios, se sentiriam mais incentivados a escolher uma moeda digital como forma de pagamento.
Brunacci diz que o rápido crescimento de negócios que ajudam empresas a processarem pagamentos em criptomoeda é uma prova da crescente demanda dos indivíduos por terem opções além das tradicionais moedas ‘fiduciárias’.
“Algumas empresas pensam que as criptomoedas são compradas apenas como reserva de valor – semelhante a um ‘ouro digital’. Da mesma forma que os clientes não usam ouro físico no checkout, os varejistas também não precisam processar moedas baseadas em blockchain como meio de pagamento. As empresas que não podem dar aos clientes a opção de pagar com criptomoedas perderão cada vez mais vendas para os concorrentes que já aceitam esse método de pagamento”, disse Brunacci.