PIB da Zona do Euro: queda de 0,1% indica recessão técnica no 1T23 – ESTOA

PIB da Zona do Euro: queda de 0,1% indica recessão técnica no 1T23

A região mostrou uma contração na economia em dois trimestres seguidos


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De acordo com os dados divulgados pela Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia (UE), o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro apresentou uma queda de 0,1% durante o primeiro trimestre de 2023.

Os países que utilizam o euro como moeda oficial já haviam registrado resultado negativo no 4T22, também de 0,1%. Isso faz com que a região tenha entrado em uma recessão técnica.


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PIB da Zona do Euro

Os dados revisados, publicados na última quinta, indicam um recuo da atividade econômica do grupo de 20 países. Para analistas, os altos níveis inflacionários desaceleraram os gastos dos consumidores, além de também fazer com que o governo seja mais cuidadoso em seus gastos.

Para o economista-chefe da Capital Economics na Europa, Andrew Kenningham, os dados de que a atividade econômica da região recuou durante o período mostram que o grupo que utiliza o euro como moeda oficial já entrou em uma recessão técnica.

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“Suspeitamos que a economia se contraia ainda mais ao longo deste ano”, disse Kenningham.

Além disso, o economista-chefe também destaca que a taxa de consumo doméstico foi atingida severamente pelos altos preços e pela escalada das taxas de juros, determinadas pelo Banco Central Europeu (BCE).

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Por definição, uma recessão técnica se dá a partir do momento em que um PIB em questão recua por dois trimestres seguidos. 

Mesmo demonstrando retração na comparação trimestral, o desempenho da atividade econômica da zona indicou uma alta de 1% ante o mesmo trimestre do ano passado.

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A quantia indica, ainda, uma desaceleração em relação ao desempenho anual indicado no quarto trimestre de 2022, quando a economia mostrou variação positiva de 1,8%.

Segundo as informações publicadas pela Eurostat, as economias de pouco mais de um quarto dos países que compõem a região sofreram contrações. 

Este é o caso de Malta (-0,5%), Estônia (0,6%), Holanda, (-0,7%), Lituânia (-2,1%) e Irlanda (4,6%), a maior no quesito de perdas. O maior impacto, porém, foi causado pela redução de 0,3% no PIB da Alemanha, a maior economia da Zona do Euro.


Alemanha puxa perdas

Sobre o desempenho da economia alemã, a mídia do país destacou a falência de milhares de empresas desde 2022. O motivo seria a acelerada expansão dos custos de energia e outras condições consideradas “desfavoráveis”.

Diante dos dados, uma perspectiva de ceticismo sobre a recuperação do país é dominante. Segundo a Organização dos Países Industriais (OCDE) em Paris, a produção da economia do país deve apresentar estagnação neste ano, prevendo uma queda de 1,4% no consumo privado.

Para o economista-chefe do Commerzbank, Jörg Krämer, uma “melhora fundamental” durante a segunda metade do ano não estaria à vista.

“Após o declínio significativo no clima de negócios do Ifo, todos os principais indicadores importantes para a indústria agora estão apontando para baixo”, completa.

Bolsas reagem 

Um dia após a divulgação dos dados pessimistas acerca da economia da Zona do Euro, as bolsas europeias fecharam o pregão desta sexta-feira (9) majoritariamente em queda.

O índice pan-europeu Stoxx 600 atingiu o fim das negociações com desvalorização de 0,15%, aos 460,02 pontos. Em Paris, o CAC 40 somou uma queda de 0,12%, com uma pontuação de 7,2 mil.

Na Alemanha, o DAX chegou ao fim da sessão de negociações com retração de 0,25%, com 15,9 mil pontos. O londrino FTSE 100, por sua vez, registrou recuo de 0,49%, em uma pontuação de 7,5 mil.

Em Milão, na Itália, o FTSE MIB chegou ao fim do dia com queda de 0,41%, com 27,1 mil pontos. Na contramão dos principais índices acionários do continente, o PSI 20, de Lisboa, fechou com alta de 0,22%, com uma pontuação de 5,9 mil.