PIB do Brasil cresce 2,9% em 2022, mas registra queda de 0,2% no 4º trimestre – ESTOA

PIB do Brasil cresce 2,9% em 2022, mas registra queda de 0,2% no 4º trimestre

Em valores correntes a economia brasileira movimentou R$ 9,9 trilhões em 2022


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O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quinta-feira (02), que a economia brasileira cresceu 2,9% em 2022, apontando para uma queda significativa em relação ao ano anterior, quando o PIB (Produto Interno Bruto) do país avançou 5%. Também houve uma desaceleração no desempenho do quarto trimestre, com um recuo de 0,2% em relação ao ano anterior.

O PIB é medido pela soma de bens e serviços produzidos no país. Ao todo, a economia brasileira movimentou R$ 9,9 trilhões em 2022. 


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Resultados do 4T22

As expectativas dos analistas do consenso Refinitiv eram de queda de 0,2%. Já em relação ao mesmo trimestre de 2021, o resultado de 1,9% ficou abaixo dos 2,2% esperados.

Analistas atribuíram o bom desempenho ao fato da comparação ser com 2020, ano em que a economia sofreu uma grande queda em decorrência da pandemia de covid-19. De acordo com o IBGE, o PIB per capita alcançou R$ 46.154,6 em 2022, caracterizando um avanço de 2,2% ante ao ano anterior. 

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A taxa de investimento em 2022 foi de 18,8% do PIB, no entanto, o registrado em 2021 foi de 18,9%. Já a taxa de poupança foi de 15,9% (ante 17,4% em 2021).

A agropecuária cresceu 0,3% no trimestre e os Serviços tiveram crescimento de 0,2%. 

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Todas as atividades dos Serviços tiveram crescimento: Outras atividades de serviços (11,1%), Transporte, armazenagem e correio (8,4%), Informação e comunicação (5,4%), Atividades imobiliárias (2,5%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%), Comércio (0,8%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,4%).

A indústria cresceu 1,6% em 2022 ante 2021. O destaque positivo foi o desempenho da “eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos”, que avançou 10,1% no ano passado. A bandeira tarifária mais favorável para manutenção das contas de energia também contribuiu para a melhora.

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PIB do Brasil cresce 2,9% em 2022, mas registra queda de 0,2% no 4º trimestre
Principais resultados obtidos no quarto trimestre de 2022 do PIB brasileiro /Foto: Reprodução

Pelo lado negativo, a indústria de transformação caiu 0,3%. A queda é proveniente dos setores de metalurgia de metais ferrosos, produtos de metal, produtos químicos, produtos de madeira, borracha e plástico. 

A indústria extrativa também apresentou uma queda de 1,7% em 2022, sendo a menor atividade do minério de ferro.

A Formação Bruta de Capital Fixo teve alta de 0,9% no ano passado, o 2º crescimento consecutivo, de acordo com o IBGE.

As exportações cresceram 5,5% em 2022, enquanto as importações de bens e serviços aumentaram 0,8%.

O consumo das famílias avançou 4,3% em relação a 2021. E as despesas do governo subiram 1,5%. O avanço de 1,9% obtido no 4º trimestre de 2022, em relação com o 4º trimestre de 2021, representou o oitavo resultado positivo consecutivo.

Contudo, ainda pesam sobre a economia um cenário global de desaceleração e incertezas em torno da pauta econômica e medidas de ajuste das contas públicas. O presidente Lula e sua equipe devem apresentar ainda neste mês as primeiras estimativas para o crescimento econômico.

Comparação dos setores de agropecuária e indústria em relação ao 4º tri de 2021

Em comparação com o quarto trimestre de 2021, a agropecuária recuou 2,9%, com destaque para produtos como mandioca (-1,6%), fumo (-7,1%) e batata inglesa (-2,4%), cujas safras são significativas no 4º trimestre e apresentam queda na estimativa de produção anual e perda de produtividade.

Por outro lado, a cana de açúcar, laranja e trigo apresentaram crescimento na produção anual, estimadas em 2,7%, 4,4% e 28,5%, respectivamente.

A indústria avançou 2,6% no trimestre com alta em todas as suas atividades, sendo o principal destaque o crescimento em volume da atividade Eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos (10,8%).

Os resultados favoráveis explicam-se mediante contraste das bandeiras tarifárias mais favoráveis no trimestre, e a escassez híbrida no mesmo período de 2021.