Pix está prestes a completar um ano; Relembre seu início, evolução e novas possibilidades
Nova forma de pagamento que compete com o DOC e TED ganha cada vez mais espaço na vida dos brasileiros
No dia 16 de novembro, o Pix, sistema de pagamento instantâneo lançado pelo Banco Central (BC), vai completar um ano de operação. Entre a praticidade e a aplicação de golpes, a mais recente forma de pagamento mostra por meio de dados estatísticos que o brasileiro aprendeu e adotou o Pix de forma geral.
Desde o seu surgimento, o projeto teve entre seus objetivos, alavancar a competitividade e a eficiência do mercado; baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar a experiência do cliente e preencher uma série de lacunas existentes na cesta de instrumentos de pagamentos disponíveis à população.
Histórico
Após este um ano de funcionamento, o pix mostrou, com a sua facilidade de pagamento e taxa zero de transação para pessoas físicas, que existe a possibilidade de atingir esses objetivos.
Apesar de entrar em vigor no dia 16 de novembro, em 5 de outubro começou o cadastro de chaves. Suas principais diferenças para os pagamento tradicionais (Transferência, TED e DOC) são a agilidade na conclusão das transações, possibilidade de efetuar pagamentos a qualquer hora do dia, custo zero de taxa para pessoas físicas e versatilidade.
Hoje em dia, as pessoas utilizam o pix para diversas modalidades de pagamento, entre elas estão: transferência entre pessoas; pagamento em estabelecimentos comerciais; pagamento de prestadores de serviços; pagamento entre empresas e até mesmo recolhimento de contribuições do FGTS e da Contribuição Social.
De acordo com informações do Banco Central, retiradas do Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT), o número de chaves cadastradas foi aumentando mês a mês.
Ao final do mês de novembro de 2020, haviam 95,3 milhões de chaves cadastradas, já em setembro de 2021, este número ultrapassava os 330 milhões de chaves. A faixa etária que mais utiliza a forma de pagamento instantâneo são jovens entre 20 e 29 anos.
Outro dado relevante e que mostra a adesão do Pix pelo país é o número de transações realizadas. Em novembro/2020 foram realizadas mais de 33 milhões de operações, já em setembro/2021 o número ultrapassou 1 bilhão de operações.
Golpes
Apesar de apresentar como diferencial a segurança entre as transações, o Pix vem sofrendo um pouco de resistência das pessoas por conta do medo da aplicação de golpes e de sequestros.
De acordo com o BC, o Pix está pautado em 4 pilares de segurança.
- Autenticação do usuário: Toda e qualquer transação, inclusive aquelas relacionadas ao gerenciamento das chaves Pix só pode ser iniciada através da instituição financeira e acessado por meio de senha ou outro dispositivo de segurança.
- Rastreio: todas as operações com o Pix são totalmente rastreáveis, o que permite a identificação das contas recebedoras de recursos produtos de fraude/golpe/crime.
- Tráfego seguro: O tráfego das informações das transações é feito de forma criptografada na Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN). Todos os participantes do Pix têm que emitir certificados de segurança para conseguir transacionar nessa rede.
- Regras de funcionamento.
Mas mesmo com a segurança reforçada, isso não evita que os crimes ocorram.
De acordo com dados da secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, foram registrados 206 boletins de ocorrência (B.O) envolvendo sequestro relâmpago. Esse número representa um aumento de quase 40% em relação ao mesmo período de 2020.
E não são apenas Pessoas Físicas que sofrem com este tipo de situação. Um esquema de engenharia social que tem como alvo MPEs e MEIs é conhecido no mercado como “golpe do falso fornecedor”.
Os golpistas abrem contas PJ em bancos digitais com nome de empresas fictícias. Elas têm nomes parecidos com o de empresas reais, mas propositalmente erram uma letra ou número.
Após a abertura de conta, os criminosos fazem contato com a vítima. Eles se passam por fornecedores de uma grande empresa, e então informam que houve uma mudança nos processos de pagamento via Pix e pedem uma nova transferência para confirmação.
Evolução dos Produtos
Dois novos produtos da família Pix entrarão em vigor no dia 29 de novembro. O Pix Saque e o Pix Troco foram anunciados em 2 de setembro e tem como objetivo facilitar ainda mais as formas de pagamento e recebimento.
O Pix Saque permitirá que todos os clientes de qualquer participante do Pix realizem um saque em um dos pontos que ofertar o serviço. Para ter acesso aos recursos em espécie, basta que o cliente faça um Pix para o agente de saque, em dinâmica similar a de um Pix normal, a partir da leitura de um QR Code mostrado ao cliente ou a partir do aplicativo do prestador do serviço.
No caso do Pix Troco, a dinâmica é idêntica, com a diferença que o saque de recursos em espécie acontece junto com a realização de uma compra no agente de saque. Nesse caso, o Pix é feito pelo valor total (compra + saque). O extrato do cliente evidenciará o valor correspondente ao saque e o valor correspondente à compra.
“O propósito do BC é aumentar a capilaridade de pontos de retirada de recursos em espécie aos usuários finais do Pix, além de promover o aumento da eficiência nos serviços de saque por meio da redução de custos e de melhorias nas condições de oferta e de precificação”, sintetizou o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello.