Taxa de desemprego sobe para 8,6% no trimestre encerrado em fevereiro – ESTOA

Taxa de desemprego sobe para 8,6% no trimestre encerrado em fevereiro

Esta é a taxa mais alta registrada desde os três meses encerrados em setembro (8,7%)


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Nesta sexta-feira (31), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou que a taxa de desemprego no Brasil subiu para 8,6% no trimestre móvel terminado em fevereiro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

Taxa de desemprego cresce no Brasil

Esta é a taxa mais alta registrada desde os três meses encerrados em setembro (8,7%). O período traz um aumento de 0,5 ponto percentual (8,1%) na taxa de desocupação. Ainda assim, esse é o menor resultado para o trimestre de dezembro, janeiro e fevereiro desde 2015 (7,5%). No mesmo trimestre de 2022, a taxa era de 11,2%.


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O número absoluto de desocupados teve alta de 5,5%, chegando a 9,2 milhões de pessoas. São aproximadamente 483 mil pessoas a mais entre o contingente de desocupados, comparado ao trimestre anterior. Em relação a 2022, o recuo é de 23,2% ou 2,8 milhões de trabalhadores. 

O total de pessoas ocupadas teve um recuo de 1,6% contra o trimestre anterior, passando para 98,1 milhões de brasileiros. Cerca de 1,6 milhão de pessoas deixaram o grupo. Na comparação anual, houve crescimento de 3%.

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Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, a população ocupada demonstra o comportamento inverso da desocupada. “Nos primeiros meses do ano, há um movimento praticamente conjugado, de retração da população ocupada e a expansão da desocupação”, explica.

“Isso está ligado tanto às dispensas dos trabalhadores temporários que costumam ser contratados no fim do ano quanto à maior pressão do mercado de trabalho após o período de festas”.

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O número de desocupados cresceu 5,5%, totalizando 9,2 milhões de pessoas/Foto: Amanda Perobelli

Entre as categorias que mais perderam postos de trabalho, estão: empregados sem carteira no setor público (-14,6%), empregados sem carteira no setor privado (-2,6%) e o trabalhador por conta própria com CNPJ (-4,8%).

Já o contingente de desalentados, aqueles que gostariam de trabalhar, mas que não buscaram trabalho por não entenderam que teriam êxito, estabilizou no trimestre encerrado em fevereiro, somando 4 milhões de pessoas. A taxa de informalidade também ficou estável, a 38,9%.

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IBGE destaca impulso de recuperação pós pandemia

No trimestre encerrado em fevereiro, a força de trabalho brasileira, incluindo pessoas ocupadas e desocupadas, chegou a 107,3 milhões de pessoas, significando uma redução de 1% ou 1,08 milhão de pessoas frente ao trimestre anterior. Já a população fora da força teve crescimento de 2,3% e chegou a 66,8 milhões.

De acordo com IBGE, o mercado de trabalho parece estar voltando à normalidade, depois do impulso de recuperação após a desorganização durante a pandemia. 


“Esse aumento da desocupação ocorreu após seis trimestres de quedas significativas seguidas, que foram muito influenciadas pela recuperação do trabalho no pós-pandemia. Voltar a ter crescimento da desocupação nesse período pode sinalizar o retorno à sazonalidade característica do mercado de trabalho”, reitera Beringuy.

Evolução do número de desempregados e rendimento estável 

A analista destaca que os primeiros meses do ano são marcados pelas dispensas de trabalhadores temporários, que costumam ser contratados no fim do ano, e por uma maior pressão do mercado de trabalho após o período de festas.

O empregado sem carteira assinada no setor público (-14,6% ou menos 457 mil), o sem carteira assinada no setor privado (-2,6% ou menos 349 mil pessoas) e o trabalhador por conta própria com CNPJ (-4,8% ou menos 330 mil) sofreram as maiores baixas. A taxa de informalidade da população ocupada, contudo, permaneceu estável (38,9%).

O rendimento médio ficou em R$ 2.853 no trimestre encerrado em fevereiro, mostrando estabilidade em relação ao trimestre encerrado em novembro. Segundo o IBGE, houve aumento nos setores de Alojamento e alimentação (6%) e Serviços domésticos (2,6%).