Taxa Selic aumenta para 7,75% após decisão do Copom
De acordo com o relatório divulgado, ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação dos anos seguintes
Ao final da tarde desta quarta-feira (27), o Comitê de Política Monetária (Copom), anunciou o novo patamar da taxa Selic. Por decisão unânime, o comitê decidiu pela elevação de 1,5 ponto percentual da taxa básica de juros da economia. Esse número representa um aumento de 6,25% para 7,75%.
O cenário da taxa é de aumento nos últimos 6 encontros do Copom, porém essa foi a maior. O constante reajuste positivo elevou a taxa Selic ao maior patamar em quatro anos, quando em outubro de 2017 a taxa caiu de 8,25% para 7,5%. Já a elevação em pontos percentuais não subia tanto desde dezembro de 2002, quando a Selic subiu 3 pontos percentuais.
No comunicado, o Banco Central reforçou que mais um aumento deverá ocorrer em dezembro, quando o Copom fará a sua última reunião do ano. “Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte”.
CENÁRIO ECONÔMICO
O COPOM listou o cenário básico que levaram a esta tomada de decisão, entre eles estão:
- No cenário externo, o ambiente tem se tornado menos favorável e a reação dos bancos centrais frente à maior persistência da inflação deve levar a um cenário mais desafiador para economias emergentes;
- Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores divulgados desde a última reunião mostram uma evolução ligeiramente abaixo da esperada;
- A inflação ao consumidor continua elevada. A alta dos preços veio acima do esperado, liderada pelos componentes mais voláteis, mas observam-se também pressões adicionais nos itens associados à inflação subjacente;
Outro indicador que auxilia o COPOM é o relatório Focus, que é uma publicação online, divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central do Brasil. De acordo com a trajetória para a taxa de juros do relatório, a taxa de câmbio partindo de USD/BRL 5,60 e a paridade do poder de compra (PPC), as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 9,5% para 2021, 4,1% para 2022 e 3,1% para 2023.
De acordo com o COPOM, o objetivo do aumento é assegurar a estabilidade de preços, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego.
FUTURO
As prospecções do COPOM é que este cenário econômico faça com que a taxa se eleva para 8,75% ao final de 2021. Durante 2022, o aumento pode chegar a 9,75% a.a. com uma redução para 9,50% ao final do ano. Em 2023 a expectativa é de redução para 7,00% a.a.
“Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 17,1% para 2021, 5,2% para 2022 e 5,1% para 2023. Adota-se a hipótese de bandeiras tarifárias “escassez hídrica” em dezembro de 2021 e “vermelha patamar 2” em dezembro de 2022 e dezembro de 2023”, diz o comunicado.