Tesouro Nacional diz que governo precisa arrecadar mais R$ 162,4 bi para atingir meta fiscal – ESTOA

Tesouro Nacional diz que governo precisa arrecadar mais R$ 162,4 bi para atingir meta fiscal

O governo precisa de uma medida equivalente de 2,2% do PIB


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O Tesouro Nacional divulgou o Relatório de Projeções Fiscais do 1° semestre de 2023, ontem (12), no qual aponta que o governo federal precisa arrecadar cerca de R$ 162,4 bilhões adicionais para assegurar o cumprimento da meta de zerar o déficit em 2024. 

No relatório, o Tesouro afirma que o governo também precisa de um  aumento permanente em até 1,7 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) até 2026. 

Relatório de Projeções Fiscais do 1° semestre 

O Tesouro diz no Relatório de Projeções Fiscais do 1° semestre que o valor que o governo precisa arrecadar sobre a meta fiscal deve ser um esforço extra em relação aos R$ 104,4 bilhões estimados para 2024 . 

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Por fazer parte de uma iniciativa criada pelo Ministério da Fazenda que já entrou em vigor, a arrecadação deve fazer parte da incorporação de recursos parados no Fundo PIS/Pasep, assim como também pela retomada da cobrança de PIS/Cofins sobre as receitas financeiras de empresas.

No relatório, o Tesouro Nacional destaca o tamanho do desafio fiscal, apontando a situação das contas públicas por meio das projeções até a próxima década. 

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O governo precisa de uma medida equivalente de 2,2% do PIB, que consiste em 0,9% do PIB, correspondendo às ações vigentes e os 1,4% que precisa ser colocado em prática.

Todas as estimativas presentes no relatório do Tesouro já levam em conta a aprovação do novo arcabouço fiscal, que é uma regra proposta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem como objetivo manter um limite de gastos. 

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No entanto, a nova proposta fiscal ainda não foi aprovada pela nova votação da Câmara dos Deputados,  já que a proposta prevê um crescimento do limite de despesas pela inflação, percentual atrelado ao comportamento das receitas.

O governo precisa de uma medida equivalente de 2,2% do PIB/Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo

Governo 

O ministro da Fazenda, disse que seu objetivo é zerar o déficit em 2024, entretanto, alguns economistas dizem que essa é uma medida perigosa e que demanda uma forte elevação de arrecadação. 

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Se o governo não conseguir as ações adicionais, é possível que haja um descumprimento de todas as metas fiscais que já foram sinalizadas até 2026, ano em que será o último mandato do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assim como também ano em que o governo pretende alcançar um superávit em até 1% do PIB. 

No relatório do Tesouro, é dito que a implementação das medidas até 2026 seria cumprida integralmente, enquanto em 2027 for possível realizar uma quitação do passivo de precatórios. 

O Tesouro destaca que o relatório não pretende recomendar um receituário de medidas que o governo deve adotar, por mais que haja algumas opções no documento. 

Um desses exemplos, é a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STF) em validar a cobrança de tributos federais sobre benefícios obtidos por empresas no ICMS, que causa um impacto potencial de R$ 70 bilhões ao ano. 

O relatório também sugere a possibilidade de ganhos de arrecadação por meio de regulação de apostas esportivas, como o aprimoramento da fiscalização de importações  e os ganhos com a reforma do Imposto de Renda.

É possível que haja um descumprimento de todas as metas fiscais que já foram sinalizadas até 2026, ano em que será o último mandato Lula/Foto: Yuri Murakami/TheNews2/Agência O Globo

PIB

De acordo com o Tesouro, o governo precisa de aumento permanente da arrecadação de até 1,7 pontos percentuais do PIB até 2026 para conseguir as metas de resultado primário previstas no novo arcabouço. 

No relatório, o Tesouro aponta que seria necessário que o governo conseguisse uma arrecadação adicional de 1,4 ponto em 2024, 1,5 ponto em 2025 e 1,7 ponto em 2026.

Além do PIB e das metas fiscais, o Tesouro também fez projeções para a Dívida Pública do Governo Geral,  apontando que se o governo conseguir entregar as metas de resultado primário, seria possível que o indicador finalizasse o ano em 74,7% do PIB.