Vendas no varejo dos EUA caem mais que o esperado para o mês de março – ESTOA

Vendas no varejo dos EUA caem mais que o esperado para o mês de março

A queda foi de 1,00% em relação ao mês de fevereiro. Economistas esperavam retração de 0,4%


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As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram mais do que o esperado em março, de acordo com estimativas sazonais divulgadas nesta sexta-feira (14) pelo Departamento do Comércio. As vendas somaram US$ 691,7 bilhões em março, representando uma queda de 1% ante as vendas de US$ 698,6 bilhões em fevereiro e uma alta de 2,9% em relação a março do ano passado. 

Economistas consultados pela Reuters previam retração de 0,4% nas vendas em março, com estimativas variando de ganho de 0,3% a queda de 1,5%. 


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Queda no varejo dos EUA

As vendas no setor varejista americano caíram mais que o esperado em março, movida pela redução dos consumidores em relação a compras de veículos motorizados e outros itens caros. O movimento indica que a economia perdeu força no final do primeiro trimestre devido às taxas de juros mais altas.

O forte principal de vendas no varejo são voltados para mercadorias, que normalmente são compradas a crédito e não são ajustadas pela inflação. A segunda queda mensal consecutiva seguiu-se a um forte aumento em janeiro.

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No total, as vendas entre o período de janeiro e março de 2023 aumentaram 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. A variação percentual de janeiro de 2023 a fevereiro de 2023 foi revisada de 0,4% para 0,2%. 

Economistas disseram que as mudanças nos padrões de gastos no final e no início do ano, bem como os preços mais altos, dificultaram a leitura clara de todos.

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Também não há consenso de que um aperto nas condições de crédito em março, após a falência de dois bancos originais, tenha impactado as vendas no varejo, embora dados do Citi Credit Cards mostrem uma queda nos gastos do varejo durante o mês.

Wall Street têm desempenho misto nesta sexta-feira /Créditos: The Washington Post

Retração nas vendas é atribuída à aumento da taxa de juros do Fed

O Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, elevou sua taxa básica de juros em 475 pontos-base desde março passado, do nível próximo a zero para a faixa de 4,75% a 5,00%. Este fator está desacelerando a inflação ao esfriar a demanda doméstica. 

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“As vendas no varejo são uma espécie de decepção”, disse Robert Pavlik, gerente sênior de portfólio da Dakota Wealth. “O relatório indica que a economia pode realmente desacelerar mais a ponto de começarmos a nos preocupar com uma recessão mais do que apenas com a inflação.”

Relatórios da semana passada mostraram crescimento do emprego e desaceleração da atividade do setor de serviços em março, já a manufatura continuou a cair. Ainda assim, a economia não está desacelerando rápido o suficiente para impedir que o Banco Central dos EUA aumente mais uma vez os juros em maio.

Excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentação, as vendas no varejo recuaram 0,3% no mês passado. Esse chamado núcleo das vendas no varejo aumentaram 0,5% em fevereiro.

Esse dado corresponde mais de perto ao componente de gastos do consumidor do Produto Interno Bruto.

Balanços dos EUA nesta sexta-feira

Nesta sexta-feira, os índices de ações dos Estados Unidos mostraram desempenho misto com dados fracos de vendas no varejo de março sugerindo que a economia está perdendo força. Contudo, os balanços positivos de grandes bancos ajudaram a amenizar os temores de mais estresse no setor. 

O índice de bancos do S&P 500 avançava 3,3% para um pico de um mês, enquanto o índice Bancário Regional KBW subia 0,8%.


JPMorgan Chase & Co, Citigroup e Wells Fargo & Co superaram as expectativas dos analistas em relação ao lucro estimado para o primeiro trimestre, sinalizando resiliência durante a crise bancária em março. Seus papéis subiam entre 1,2% e 6,2%.

Às 11:09 (de Brasília), o índice Dow Jones Industrial Average (DJI) caía 0,51%, a 33.854,90 pontos, enquanto o S&P 500 (SPX) ganhava 0,32%, a 4.159,63 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite (US100) avançava 0,22%, a 12.193,46 pontos.