Executivo da B3 confirma que bolsa lançará futuros de Bitcoin em até seis meses
Até o final de 2022, a bolsa brasileira deve começar a oferecer futuros de Bitcoin (BTC), conforme divulgado pelo executivo do grupo B3 André Milanez. Durante a conferência de divulgação dos resultados da empresa, Milanez afirmou que os contratos serão lançados em até seis meses.
Com isso, a expectativa é que os brasileiros possam negociar futuros de BTC no máximo em novembro. Mas o executivo não forneceu detalhes a respeito dos produtos.
“Planejamos lançar os futuros de bitcoin nos próximos três a seis meses”, disse.
Fechando os últimos detalhes
Conforme noticiou o CriptoFácil, a discussão sobre os futuros de BTC ganhou força em 2021. Na época, a bolsa brasileira confirmou que pretendia lançar esse produto no mercado. Contudo, ainda era necessário entender qual o melhor modelo de futuros de criptoativos a ser adotado.
Isto porque os mercados futuros geralmente operam baseados em um índice de preços. Portanto, os futuros de BTC precisariam ter um índice em reais, algo que não existe no momento. Também há a possibilidade dos contratos serem negociados no par dólar.
De acordo com o diretor de tecnologia da B3, Jochen Mielke de Lima, a B3 planejava lançar produtos voltados para criptomoedas desde janeiro. Especificamente, a bolsa está de olho neste mercado desde 2016, mas a ideia ganhou força conforme o mercado cresceu no Brasil.
Com a consolidação de produtos financeiros, a B3 também pretende atuar de forma a oferecer auxílio às exchanges nacionais. Dessa forma, a exchange quer atuar uma espécie de ‘centralizador’ das operações de custódia e liquidação.
“Temos em torno de 30 corretoras de cripto nacionais, fora as internacionais que atuam aqui. Poderíamos oferecer um serviço para facilitar e padronizar as operações delas. Acredito que tenha algo a explorar em fornecimento de serviços de custódia e no processo de liquidação.”
No rastro de gigantes
Com o anúncio, a B3 junta-se à Chicago Mercantile Exchange (CME) no rol de bolsas que negociam futuros de criptomoedas. Desde seu lançamento, em 2017, os futuros da CME tornaram-se uma referência para o mercado institucional.
Os contratos futuros são formas de se expor ao preço de um ativo sem ter que comprá-lo e mantê-lo sob custódia. Esses contratos são utilizados, em sua maioria, por investidores institucionais, que não podem comprar criptomoedas diretamente devido a restrições regulatórias.
Dessa forma, os futuros de BTC e Ether (ETH) da CME atuam como um indicador do interesse institucional por esses ativos. O primeiro ETF de BTC dos Estados Unidos, por exemplo, tem como referência o índice de futuros da CME.
Com os futuros de BTC no Brasil, a B3 pode desempenhar um papel semelhante, atuando como uma referência local de preço neste mercado.