G7: Lula participa de 11 encontros bilaterais, mas tem desencontro com Zelensky
Ao ser questionado sobre o desencontro, Zelensky dispara “a decepção foi de Lula”
No último domingo (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com 11 autoridades internacionais em sua participação oficial na cúpula de líderes do G7, em Hiroshima, no Japão. Esta é a sétima vez que o presidente Lula é convidado a participar do encontro que reúne as maiores economias do mundo.
Além das reuniões bilaterais, em que os representantes das duas partes se encontram em particular, Lula também participou de sessões de trabalho do G7. Nesses encontros, todos os líderes se encontram para debater os temas de interesse do grupo.
Lula não se reúne com Zelensky e fala sobre Guerra da Ucrânia
Na reunião, o presidente brasileiro disse condenar a invasão da Rússia à Ucrânia – mas pediu “diálogo” para solução do conflito.
“Tenho repetido quase à exaustão que é preciso falar da paz. Nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Precisamos trabalhar para criar o espaço para negociações”, afirmou.
As declarações do petista foram na sessão de trabalho “Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero”, com integrantes fixos e convidados do G7. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estava presente. Um encontro entre os dois era articulado pelo Planalto.
No entanto, Lula e Zelensky não tiveram uma reunião bilateral durante a cúpula dos líderes do G7 por “incompatibilidade de agendas”.
De acordo com o governo brasileiro, a possibilidade de uma reunião chegou a ser negociada e uma sala de reunião foi montada, mas o encontro não aconteceu.
Segundo o governo brasileiro, Lula chegou a oferecer mais de um horário, mas a equipe do presidente ucraniano não conseguiu encaixar a reunião na agenda de Zelensky.
Ao ser questionado se ficou desapontado pelo fato de a reunião em questão não ter acontecido, o presidente ucraniano disse ironicamente “eu acho que decepcionou ele”. Logo na sequência, Zelensky sorri, e é possível ouvir os jornalistas rindo.
O presidente ucraniano sinalizou que, de fato, houve uma incompatibilidade de agendas, como sustentou o governo brasileiro. Entretanto, fez questão de dizer que, mesmo que cada líder tivesse sua agenda, ainda assim se encontrou com quase todos.
“Sobre as situações das minhas reuniões eu encontrei quase todo mundo, todos os líderes, e todos eles tinham suas agendas, então, eu acho que foi por isso que nós não pudemos nos encontrar com o presidente brasileiro”, disse.
Temas tratados por Lula no G7
Entre os assuntos abordados durante as onze reuniões bilaterais no G7, Lula falou sobre a guerra da Ucrânia, preservação ambiental, reestruturação da governança global, relações comerciais, entre outros.
Com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o presidente brasileiro reafirmou que o fato do conflito entre Rússia e Ucrânia não estar sendo tratado no âmbito do Conselho de Segurança da ONU representa uma necessidade de reforma do órgão.
No encontro, que durou cerca de 30 minutos, Guterres afirmou que irá apoiar a iniciativa do governo brasileiro na formação de um grupo de cooperação com os países que possuem grandes florestas, como partes da Amazônia, caso da Indonésia e a República Democrática do Congo.
Com Emmanuel Macron, presidente da França, Lula discutiu a preservação da Amazônia, da qual a França faz parte com o território ultramarino da Guiana Francesa, e também sobre a guerra da Ucrânia.
Com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, Lula também abordou o confronto entre Rússia e Ucrânia e afirmou que os países estão “do lado da paz” em relação à guerra da Ucrânia.
Modi teria afirmado, durante a reunião, que o Brasil e a Índia não são “países neutros” em relação à guerra, e reforçou que as nações estão interessadas na “manutenção da paz no mundo”.