Lula anuncia 16 novos ministros nesta quinta (22)
Lista inclui Alckmin, Anielle Franco, Wellington Dias, Alexandre Padilha e Márcio França
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou 16 novos ministros componentes de seu governo na tarde desta quinta-feira (22). Com os novos nomes, já foram divulgados 21 dos 37 ministérios do novo governo.
Entre os principais nomes, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) assumirá a pasta da Indústria e Comércio; e a ativista Anielle Franco, irmã de Marielle Franco — vereadora assassinada em 2018 —, comandará o ministério da Igualdade Racial.
Os nomes de Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), José Múcio (Defesa), Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) haviam sido anunciados dia 9 de dezembro. A cantora baiana Margareth Menezes foi anunciada para o Ministério da Cultura no último dia 13 de dezembro.
A dez dias da posse, Simone Tebet (MDB) e Marina Silva (Rede) continuam fora da lista.
Lista de nomes
Pela ordem do discurso de Lula, foram apresentados os seguintes nomes:
- Alexandre Padilha (Relações Institucionais);
- Márcio Macêdo (Secretaria-Geral);
- Jorge Messias (Advocacia-Geral da União);
- Nísia Trindade Lima (Saúde);
- Camilo Santana (Educação);
- Esther Dweck (Gestão);
- Márcio França (Portos e Aeroportos);
- Luciana Santos (Ciência e Tecnologia);
- Cida Gonçalves (Mulheres);
- Wellington Dias (Desenvolvimento Social);
- Margareth Menezes (Cultura);
- Luiz Marinho (Trabalho);
- Anielle Franco (Igualdade Racial);
- Silvio Almeida (Direitos Humanos);
- Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio);
- Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria Geral da União).
Anúncio de Lula
Antes do anúncio, a equipe de transição, comandada por Alckmin, apresentou a conclusão dos trabalhos dos mais de 30 grupos. O relatório incluia números de educação, saúde, cultura, feminicídio, meio ambiente, habitação e outros.
O pronunciamento foi realizado em uma coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
“Nós estamos tentando fazer um governo que represente, no máximo que a gente puder, as forças políticas que participaram conosco da campanha”, disse Lula em discurso.
Entre os principais nomes, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin assumirá Indústria e Comércio, após o convite recusado dos empresários Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), e Pedro Wongtschowski, presidente do conselho do grupo Ultra.
Pastas
Com a reestruturação do Ministério das Relações Institucionais, o deputado federal eleito Alexandre Padilha (PT-SP) novamente assumirá controle da pasta, cargo que exerceu em 2009, durante o segundo mandato de Lula. Também médico infectologista, Padilha foi ministro da Saúde entre 2011 e 2014, no governo Dilma Rousseff.
Seu trabalho entre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto será auxiliado pelos futuros líderes do PT na Câmara e no Senado, José Guimarães e Jaques Wagner, respectivamente.
Outro ministério reestruturado será o da Infraestrutura, resultando no novo Ministério de Portos e Aeroportos, que será comandado por Márcio França (PSB).
Já o Ministério do Desenvolvimento Social, embora estivesse cotado para Simone Tebet, ficou com o senador eleito pelo Piauí, Wellington Dias.
Diversidade nas pastas
Um dos grandes motivos de destaque do novo governo é a presença significativa de ministros pretos e mulheres, promessa presente nos discursos de Lula. O petista afirmou que será preciso de pessoas diversas, capazes de “fazer política” a fim de combater o bolsonarismo.
“Nós temos que ter consciência que nós derrotamos o Bolsonaro, mas o bolsonarismo está nas ruas desse país raivoso e sem reconhecer a derrota que tiveram. Além de governar com competência, teremos de derrotar o bolsonarismo para que esse país volte a sonhar e ser feliz”, declarou.
Entre os principais nomes anunciados, está Cida Gonçalves, ex-secretária nacional do enfrentamento à violência contra mulher e uma das fundadoras da Central dos Movimentos Populares no Brasil (CMP), para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, no lugar de Damares Alves.
Anielle Franco, ativista e diretora do Instituto Marielle Franco, para a pasta da Igualdade Racial; a presidente do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, para Ciência e Tecnologia; e Nísia Trindade Lima para o Ministério da Saúde, nome em destaque por seu trabalho no comando de medidas do enfrentamento à pandemia de Covid-19.
O novo ministro dos Direitos Humanos será Silvio Almeida, pós-doutor pela Universidade de São Paulo (USP), professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Lula reiterou a importância dos nomes: “A gratidão do povo pelo governo que exercemos neste país até 2013 e até 2016, antes do golpe, foi reconhecida pelos homens, mulheres e negros deste país.”
Os 37 ministérios
Com dez dias para sua posse, Lula falta divulgar 16 nomes para completar os 37 ministérios prometidos. O governo atual do presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 23 pastas.
Segundo o relatório divulgado nesta quinta, são eles os ministérios ainda não apresentados. Em ordem alfabética:
- Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
- Cidades;
- Comunicação Social;
- Comunicações;
- Desenvolvimento Agrário;
- Esportes;
- Gabinete de Segurança Institucional;
- Integração e Desenvolvimento Regional;
- Meio Ambiente;
- Minas e Energia;
- Pesca e Aquicultura;
- Planejamento e Orçamento;
- Povos Indígenas;
- Previdência;
- Transportes;
- Turismo.
Segundo o presidente eleito, os futuros ministros são pessoas que “ousaram colocar a cara e enfrentar o fascismo que estava espraiado neste país”. Lula deve anunciar até terça-feira (27) o restante da lista.