Lula anuncia o nome dos primeiros ministros do seu governo
Presidente eleito definiu os comandantes da Fazenda, Casa Civil, Defesa e Justiça
Na manhã desta sexta-feira (9) o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou em coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), de Brasília, os primeiros nomes que irão comandar os ministérios durante o seu governo.
A definição, que já era aguardada desde a primeira semana após o resultado das eleições, estava prevista para iniciar somente a partir de segunda-feira (12), quando Lula for diplomado ao lado do seu vice-presidente Geraldo Alckmin.
Escolha dos ministros
A antecipação do anúncio dos nomes dos ministros aconteceu principalmente devido a pressão que o presidente eleito e o seu governo que tomará posse a partir de janeiro vem sofrendo nas últimas semanas devido ao mistério que vinha sendo feito com relação aos escolhidos.
Desde que foi eleito, no dia 30 de outubro, muitos nomes foram especulados para assumir as pastas do novo governo, no entanto, Lula optou por não divulgar nomes, mesmo afirmando nas últimas semanas que cerca de 80% dos ministros já haviam sido escolhidos.
Nesta sexta-feira, porém, o petista optou por divulgar somente cinco ministros, entre eles, de Defesa, da Fazenda, da Justiça e Segurança Pública, de Relações Exteriores e da Casa Civil.
Confirmando as expectativas, o anúncio não apresentou surpresas e o primeiro nome anunciado foi o do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) para o cargo de ministro da Fazenda. Na sequência, foram anunciados os nomes de Rui Costa, para a Casa Civil; José Múcio Monteiro, na Defesa; Flávio Dino, na Justiça e Segurança Pública; e Mauro Vieira, para Relações Exteriores.
Balanço da Transição
Durante a coletiva, o presidente eleito Lula passou a palavra ao seu vice-presidente Alckmin para que ele pudesse fazer um balanço da transição de governo que se iniciou no mês passado e deve terminar na próxima terça-feira.
O ex-governador de São Paulo expôs dados a respeito da transição, afirmando que esta foi a transição mais ‘plural e participativa’ da história e que teve o menor custo registrado até hoje. “Esta foi a transição mais democrática de toda a história das transições”, completou Lula.
De acordo com Lula e Alckmin, dos 50 cargos disponíveis, 22 foram nomeados. Além disso, reunindo cerca de 940 participantes em 32 grupos técnicos, a equipe de transição contou com voluntários integrando a sua maior parte.
Isso, segundo o vice-presidente eleito, faz com que o gabinete tenha a menor execução orçamentária desde o ano de 2006.
“O que me impressionou bastante foi a quantidade de voluntários e que não usamos a quantidade de dinheiro que ofereceram para a transição”, disse o presidente eleito.
De acordo com Alckmin, na próxima segunda-feira (12), os grupos técnicos da equipe de transição governamental devem encerrar os relatórios. Eles devem, ainda, apresentar um diagnóstico de cada área.
O relatório final foi detalhado pelo vice-presidente eleito: deverá conter alertas para os primeiros meses de governança, propostas estruturais para cada área, emergências orçamentárias e sugestões de revogações. Haverá, ainda, uma cerimônia de agradecimento durante a apresentação do documento, na próxima terça-feira (13).
O coordenador geral do time afirmou, ainda, que no total, foram apresentados 180 requerimentos de informação ao Governo Federal pelos grupos técnicos da equipe, dizendo que muitos deles, no entanto, acabaram não sendo atendidos.
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann (PT-PR), também enxerga este como o processo de transição mais “democrático e participativo”.
Hoffmann publicou a mensagem em seu Twitter, agradecendo o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin.
O processo de transição governamental deve, portanto, se encerrar na próxima terça-feira. A cerimônia do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva está marcada para ocorrer no dia 1º de janeiro de 2023.