Lula assume presidência do Mercosul e comenta acordo comercial com União Europeia – ESTOA

Lula assume presidência do Mercosul e comenta acordo comercial com União Europeia

A reunião ocorre nesta terça-feira em Puerto Iguazú, na Argentina


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Nesta terça-feira (4), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumiu a presidência rotativa do Mercosul por seis meses, do grupo composto por Argentina, Paraguai e Uruguai.

Em seu discurso na cúpula, Lula questiona países sobre o acordo do Brasil com União Europeia, apontando que as condições do acordo precisam de uma resposta “rápida e contundente”.


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Cúpula do Mercosul 

A reunião ocorre nesta terça em Puerto Iguazú, na Argentina, na qual o governo argentino encerra seu mandato, passando a liderança para o presidente brasileiro Lula durante a  62ª reunião dos chefes de Estado do bloco.

Lula disse que seu objetivo é concluir as negociações comerciais com a União Europeia e mostrar quais serão seus objetivos na presidência do grupo. 

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O presidente e o diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Enio Verri, devem anunciar a retomada das obras do campus da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

Os Estados associados como Colômbia, Bolívia e Chile, que também fazem parte do Mercosul, participarão da cúpula em Puerto Iguazú. 

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Acordo com União Europeia 

O acordo comercial entre Brasil e União Europeia foi negociado em 1999 e finalizado em 2019, portanto, se encontra em revisão dos países. Hoje, Lula disse que não aceita “imposições”, assim como também não deseja que haja uma “política em que eles ganhem e a gente perca”. 

No entanto, as condições impostas pela UE, tem sido motivo de impasse entre os dois blocos, devido às exigências da União Europeia, que prevê sanções relacionadas às questões ambientais, nas quais o presidente Lula afirma não estar de acordo. 

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Lula também destaca que o Mercosul não demonstrou interesse na negociação, dizendo que “em acordos que nos condenem ao eterno papel de exportadores de matérias-primas, minérios e petróleo”. 

O presidente também disse que seu objetivo na cúpula é concluir as negociações com o bloco europeu, afirmando que está “comprometido” com a negociação. 

“Estou comprometido com a conclusão do acordo com a União Europeia, que deve ser equilibrado e assegurar o espaço necessário para adoção de políticas públicas em prol da integração produtiva e da reindustrialização”, disse Lula. 

O acordo comercial entre Brasil e União Europeia foi negociado em 1999 e finalizado em 2019/Foto: Reprodução

Moeda comum 

Em seu discurso na cúpula, o presidente voltou a defender a adoção de uma moeda comum, para transações comerciais entre os países do Mercosul. De acordo com Lula, essa é uma solução para diminuir o impacto que as flutuações geradas pelo dólar. 

“A adoção de uma moeda comum para realizar operações de compensação entre nossos países contribuirá para reduzir custos e facilitar ainda mais a convergência”, disse Lula.

Lula aponta que: “Falo de uma moeda de referência específica para o comércio regional, que não eliminará as respectivas moedas nacionais”. 


Presidência do Mercosul 

Lula disse que assumir a presidência do Mercosul pode ser uma “etapa essencial do reencontro do Brasil com a região” e destacou quais os seus objetivos nesses seis meses: “nossa integração vai bem além do que um projeto estritamente comercial”. 

“É preciso recuperar uma agenda cidadã e inclusiva, de face humana, que gere benefícios tangíveis para amplos setores de nossas sociedades”, afirma o presidente do Brasil. 

Lula também afirma que espera uma aproximação maior entre os países que compõem o grupo e que pretende “combater o ressurgimento do protecionismo no mundo, implica resgatar o protagonismo do Mercosul na Organização Mundial do Comércio”. 

Lula disse que assumir a presidência do Mercosul pode ser uma “etapa essencial do reencontro do Brasil com a região”/Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente citou outros acordos comerciais que já estão em andamento: “Partindo dessas premissas, vamos revisar e avançar nos acordos em negociação com Canadá, Coreia do Sul e Singapura. Vamos explorar novas frentes de negociação com parceiros como a China, a Indonésia, o Vietnã e com países da América Central e Caribe”.  

Neste segundo semestre, o Brasil também comandará  o grupo de das principais economias do mundo (G20), assim como também o Conselho de Segurança das Nações Unidas.