Lula faz críticas aos EUA sobre Guerra na Ucrânia e gera polêmicas no país – ESTOA

Lula faz críticas aos EUA sobre Guerra na Ucrânia e gera polêmicas no país

O presidente do Brasil aponta a Ucrânia como vítima na guerra entre Rússia


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Nesta segunda-feira (17), algumas falas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT),  sobre a guerra na Ucrânia gerou polêmicas nos Estados Unidos. Isso, porque de acordo com o presidente aponta que o país é o responsável por incentivar o conflito entre Rússia e Ucrânia. 

Nos Estados Unidos, as autoridades questionam o motivo por trás das falas de Lula, já que o presidente possui uma boa relação com o país e Joe Biden, presidente dos  EUA. 


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Reunião nos Emirados

Ontem (16), o presidente participou de uma coletiva de imprensa nos Emirados Árabes, no qual Lula aponta que o conflito entre Ucrânia e Rússia tem sido incentivado pelos Estados Unidos. 

“A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra. Porque a decisão da guerra foi tomada por dois países. E, agora, estamos tentando construir um grupo de países que não tem nenhum envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia”, aponta Lula. 

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O presidente também disse que: “(…) Mas, também, nós também temos que ter em conta que é preciso conversar também com os Estados Unidos e com a União Europeia”.

Lula também destaca que a melhor maneira é acabar com o conflito entre os dois países, para que assim haja uma possibilidade de restabelecer um processo de conversão através da paz. 

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“Do jeito que está a coisa, a paz está muito difícil. O presidente Putin não toma iniciativa de paz. O Zelensky não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando contribuição para a continuidade dessa guerra”, diz Lula.

O presidente completa dizendo que: “(…) Acho que nós temos que sentar numa mesa e dizer: chega. Vamos conversar porque a guerra nunca trouxe e nunca trará benefício para a humanidade. Fiquei muito feliz com a visita do presidente Macron para conversar com o Xi Jinping. É muito importante que as pessoas comecem a discutir a questão de paz”.  

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Lula aponta a Ucrânia como vítima na guerra entre Rússia, dizendo que: “(…) Não dá para culpar a vítima. Sem culpar a vítima. Sem o apoio EUA e Europa, a Ucrânia não existiria. Os Estados Unidos defendem o direito da Ucrânia existir”.

Ele também reforça que: “Não é verdade afirmar que os dois países têm responsabilidade pela guerra”. 

Antes de sua reunião nos Emirados Árabes, o presidente brasileiro havia dito em sua viagem à China que os EUA deveriam parar de “incentivar a guerra e comecem a falar em paz”.

o  presidente participou de uma coletiva de imprensa nos Emirados Árabes/ Foto: Ricardo Stuckert (PR)

Estados Unidos

Algumas autoridades norte-americanas passaram a questionar as falas ditas ontem (16) pelo  presidente, dizendo não entender o motivo por trás dos comentários feitos pelo presidente brasileiro, já que o Brasil e os Estados Unidos possuem uma relação estável, assim como entre os líderes de ambas as nações. 

Uma fonte da diplomacia norte-americana enviou uma nota à um blog dizendo que: “Não sabemos por que o presidente Lula escolheu criticar tanto os Estados Unidos na visita à China. O presidente Lula não criticou outros países quando esteve em Washington em janeiro”. 


A mesma fonte confirmou que havia defendido o Brasil no período eleitoral, dizendo que: “Os Estados Unidos estavam defendendo o sistema eleitoral brasileiro, as instituições democráticas, o resultado das eleições e se posicionou depois do dia 8 de janeiro (quando teve tentativa de um golpe de estado)”.

A fonte finaliza levantando o seguinte questionamento: “Onde estavam a China e Rússia quando a democracia brasileira estava em perigo?”

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia completou um ano em fevereiro de 2023/Foto: Emmanuel DUNAND / AFP

Guerra na Ucrânia

O conflito entre a Rússia e a Ucrânia completou um ano em fevereiro de 2023. No dia 30 de março, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, divulgou dados que apontam cerca de  3.167 civis afetados no país, incluindo 1.232 mortos e 1.935 feridos pela guerra. 

Até este momento, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não se pronunciou sobre as falas do presidente Lula.