Ações da Petrobras (PETR4) decolam com nova política de dividendos
A medida deve reduzir o ganho dos acionistas
As ações da Petrobras (PETR4) dispararam durante o pregão desta segunda-feira (31) com o anúncio da nova política de remuneração aos acionistas, publicada em Fato Relevante na noite da última sexta-feira (28).
O forte desempenho também impulsionou os ganhos do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3.
Esperada pelo mercado financeiro, a nova política reduz a remuneração aos acionistas para 45% do Fluxo de Caixa Livre (FCL)
Nova política de dividendos da Petrobras
De acordo com o documento publicado pela petroleira, a redução do percentual da fórmula a ser aplicada sobre o fluxo de caixa livre de cada trimestre de 60% para 45% se deu de forma a “elevar o nível de confiança na consecução” do Plano estratégico 2024-2028 (PE 2024-28).
Assim, para distribuir proventos aos acionistas que detém papéis da estatal, a Petrobras deve aplicar a seguinte fórmula:
Remuneração aos Acionistas = 45% x Fluxo de Caixa Livre
Além de ser aplicada ao resultado do fluxo de Caixa Livre de cada trimestre da empresa, a distribuição trimestral de remuneração aos acionistas foi mantida, de acordo com a companhia.
O modelo também mudou as referências a valores específicos de dívida bruta, que passou a ser denominada “nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor”. A quantia, na nova política, é de R$ 65 milhões.
Valores alocados a eventuais programas de recompra de ações serão, ainda, abatidos da fórmula da Política de Remuneração. Também deve haver, segundo a estatal, o desconto dos valores gastos com recompra a cada trimestre.
A nova política possui vigência imediata e deve ser aplicada aos resultados operacionais da empresa no segundo trimestre de 2023.
“A Política de Remuneração mantém seu objetivo de promover a previsibilidade do fluxo de pagamentos de proventos aos acionistas, ao mesmo tempo em que garante a perenidade e a sustentabilidade financeira de curto, médio e longo prazos da Petrobras”, sem comprometer a capacidade de expansão, diz a empresa.
Pagamento maior do que o esperado
Mesmo indicando uma redução na remuneração dos acionistas, a nova política de remuneração aos acionistas ainda surpreendeu o mercado financeiro. Com isso, para analistas, a empresa deve continuar uma boa pagadora de dividendos, mesmo que em escala menor.
Segundo a Ativa Investimentos, “com o mercado esperando um patamar de 40% do FCL, entendemos que os 45% devam ser bem recebidos pelos investidores”.
Para o Goldman Sachs, a política de dividendos anunciada deve gerar um rendimento de 10% sobre as ações da estatal durante o ano de 2024.
Mesmo assim, ela pode aumentar os riscos, já que a diferença entre os investimentos e o fluxo de caixa operacional da Petrobras também deve, agora, levar em consideração as participações acionárias, diz o banco.
Ações decolam
Diante da nova política de dividendos, as ações da Petrobras decolaram durante o pregão desta segunda-feira (31). Os ganhos também foram pressionados pela valorização do Petróleo Brent, em Londres.
Assim, os papéis preferenciais da petroleira (PETR4) acumularam por volta das 14:50 horas (horário de Brasília) uma alta de 4,07%, aos R$ 30,97. No ano, os ativos somam uma alta de 35,12%.
Os ganhos também sustentaram o desempenho positivo do Ibovespa no dia de hoje que, também por volta das 14:50 (de Brasília), acumulava uma alta de 1,41%, aos 121,8 mil pontos.
A alta da commodity, desta maneira, também fez com que outras petroleiras que compõem o principal índice da B3 se valorizassem.
Este é o caso da PRIO (PRIO3), que subiu 0,66% a R$ 45,46; e da 3R Petroleum (RRRP3), com alta de 0,45% a R$ 35,56, ambas ao mesmo horário.