Ações da Usiminas (USIM5) caem 4,94% após resultado do balanço do 2T23
O desempenho negativo da empresa pode ter sido devido a queda no volume de vendas
A Usiminas (USIM5) divulgou o resultado do balanço do segundo trimestre de 2023, nesta sexta-feira (28), com baixa de 73% no lucro líquido em relação ao mesmo período no ano passado, portanto, com uma queda de R$ 1,060 bilhão para R$ 287 milhões.
Em seguida, as ações da companhia tiveram queda na Bolsa de Valores Brasileira (B3), às 16:46 (horário de Brasília), seus papéis caíam cerca de 4,94% a R$ 7,13.
Resultado do balanço
Na divulgação do balanço, a empresa registrou um ajuste de de R$ 366 milhões nos juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda), com uma queda anual de 81%, na qual foi ajustada em 17 pontos percentuais (p.p) para 5%.
A receita líquida recuou cerca de R$ 6,887 bilhões, em comparação com o segundo trimestre de 2022. Já o lucro bruto diminuiu 73% no total de R$ 582,4 milhões, assim como a margem bruta que teve queda de 8,5% no 2T23, com baixa de 17,2 p.p. em relação ao 2T22.
As despesas gerais e administrativas tiveram um crescimento de 6,2% em relação ao trimestre anterior, a R$ 148 milhões, entretanto, o resultado financeiro líquido apresentou alta de R$ 205 milhões neste 2T23, sendo assim revertendo as perdas financeiras de R$ 248,1 milhões no 2T23.
Em relação à dívida líquida, a empresa registrou um crescimento de R$ 965 milhões em 30 de junho deste ano, com uma crescimento de 112%. O indicador de alavancagem financeira, que mede a dívida líquida/ Ebitda, foi ajustado em 0,38 % junho/23 com uma alta de 0,33 pp em relação ao mesmo período de 2022.
Usiminas
O desempenho negativo da empresa no 2T23 pode ter sido devido a queda no volume de vendas, isso porque os preços do aço, custos e das despesa tiveram uma queda, assim como também pode ter sido alavancado pela reforma do alto forno 3 na ursinha de Ipatinga (MG), que teve seu equipamento paralisado no início do trimestre.
O volume de vendas do aço também teve queda, recuando a 11% na comparação anual e 6% na trimestral.
A companhia investiu cerca de R$ 879 milhões, 51,4% superior ao 1T23, que contabilizou cerca de R$ 580 milhões, com 92,2% na Unidade de Siderurgia, 7,0% na Unidade de Mineração, e 0,9% na Unidade de Transformação.
Apesar dos resultados negativos no terceiro trimestres, a Usiminas disse que ainda estima que o volume de vendas de aço da Unidade Siderurgia seja de 900 mil a 1 milhão de toneladas.
Opinião dos analistas e ações da Usiminas
As ações da Usiminas tiveram queda de 5,21% às 10:40 (horário de Brasília), após a divulgação do balanço do 2T23.
Os analistas do mercado analisaram os resultados do balanço e da queda nas ações. O Bradesco BBI destacou que as estimativas da instituição eram de resultados fracos.
“O conjunto de números foi muito fracos (…), puxado principalmente por um desempenho ruim da divisão de aço. (…) A previsão de embarques de aço para o 3º trimestre é particularmente desinteressante, com o ponto médio do guidance implicando em uma queda sequencial de 2%, provavelmente explicada pela fraqueza persistente do mercado doméstico”, aponta o BBI.
No entanto, o banco diz manter suas recomendações de compra de ações da Usiminas neutra, com um preço alvo de R$ 8,30.
Já o JPMorgan, afirma que neste 2T23 houve uma deterioração nos negócios de aço, assim como também nas pressões e custos associadas à relaminação do seu Alto-Forno e uma combinação de preços mais baixos, com custos mais altos na divisão de mineração
O banco diz que continua com a sua recomendação da compra das ações da Usiminas neutra com um preço-alvo de R$ 7.