Ações do IRB (IRBR3) desabam após divulgação de prejuízo líquido em maio
Os papéis lideram as quedas do Ibovespa nesta segunda (24)
As ações do IRB Brasil (IRBR3) acumulam quedas durante o pregão desta segunda-feira (24) após a empresa divulgar prejuízo em seus resultados operacionais do mês de maio na última sexta-feira (21).
De acordo com os dados, durante o período, a empresa acumulou prejuízo líquido de R$ 10,4 milhões, fazendo com que o Banco BTG rebaixasse sua classificação para os ativos.
Prejuízo em maio
As informações foram divulgadas através de um relatório enviado pela Resseguradora à Susep (Superintendência de Seguros Privados), contendo sua prévia operacional.
Os resultados registrados em maio deste ano reverteram o lucro líquido de R$ 6 milhões em abril deste ano. O movimento negativo foi, ainda, menor do que a perda indicada durante o mesmo mês do ano passado, de R$ 273,1 milhões.
Isso faz com que a empresa tenha reduzido seu prejuízo líquido em 96,2% em maio de 2023.
Desde o início deste ano, a empresa atingiu um lucro de R$ 4,2 milhões. Em maio do ano passado, o resultado dos cinco primeiros meses chegou a um prejuízo de R$ 285,3 milhões.
A seguradora também divulgou o número de sinistralidade, que finalizou o mês de maio aos 82,5%. A quantia totalizou uma queda de 48,8% em relação ao indicador apresentado no mesmo período do ano passado, quando chegou aos 131,3%.
Os prêmios emitidos pelo IRB Resseguradora também diminuíram na base de comparação anual. A queda foi de 8,08%, indo de R$ 564,2 milhões em maio do ano passado para R$ 518,6 milhões em maio de 2023.
Mesmo assim, para executivos do Citi, os números mostram uma melhora de R$ 50 milhões no resultado financeiro do IRB, mas ainda não demonstram um desempenho forte.
O resultado “reforça nossa preferência em permanecer à margem até que vejamos uma tendência positiva consistente”, disse o banco.
Recomendação para ações é rebaixada
Os resultados apresentados fizeram com que o banco BTG Pactual baixasse sua avaliação dos ativos do IRB para venda.
Para os analistas, mesmo acreditando que o pior momento da resseguradora já tenha passado, uma alta de 90% no acumulado do ano de suas ações e o prejuízo líquido registrado no mês de maio “significam que vemos espaço para uma correção”.
Eles explicam que, depois do rali, assim como em muitas small caps (empresas da bolsa com capitalização menor), um sentimento mais positivo sobre as ações brasileiras fez com que os ativos fossem negociados a 1 vez o VP (Valor Patrimonial) mais atual.
Mesmo assim, considerando o patrimônio líquido ajustado de R$ 1,6 bilhão da empresa, os ativos são negociados a “caros” 2,4 vezes o VP, dizem.
Mesmo com a decisão, o banco ainda acredita em uma recuperação para a empresa.
“Nossa revisão da recomendação não significa que não esperamos uma recuperação contínua, mas também não será uma linha reta”, afirmou o BTG, declarando que, para seus analistas, o valuation teria disparado “mais rápido do que os fundamentos justificam”.
A avaliação foi publicada pela instituição em relatório enviado a clientes e ao mercado financeiro em geral.
Ações despencam
O resultado divulgado e o rebaixamento da avaliação fizeram com que as ações da resseguradora IRB (IRBR3) derretessem durante o pregão desta segunda-feira (24).
Seus ativos somaram por volta das 15:00 horas (horário de Brasília) uma desvalorização de 11,82%, aos R$ 43,42. Durante o mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, subia 0,72%, aos 121 mil pontos.
No pregão da última sexta-feira (21), a empresa fechou com alta de 1,88%, aos R$ 49,24. Mesmo assim, desde o início do ano, os papéis da companhia somam uma alta de 65,94%.