Após resultados do 4T21, Hapvida (HAPV3) cai 5,5% e lidera queda no Ibovespa nesta manhã
O papel da empresa caiu nesta manhã 5,5%, a R$11,31, enquanto o Ibovespa apresentou alta de 0,47%
As quedas do Ibovespa desta quinta-feira (24) foram lideradas pelas ações da Hapvida (HAPV3), após divulgar os resultados do 4T21. O Ibovespa apresentou alta de 0,47%, a 118.005 pontos, enquanto isso, o papel da empresa caía 5,5%, a R$ 11,31, na manhã de hoje, por volta das 11h30.
A divulgação foi destacada como o último balanço independente reportado por Notre Dame (GNDI3) e Hapvida, já que em fevereiro ocorreu a fusão das duas empresas, e consequentemente, o ticker GNDI deixou de ser negociado.
Foi apresentado um lucro líquido de R$ 200,2 milhões da Hapvida, no quarto semestre de 2021, pela empresa de saúde. Na última quarta-feira (23), foi divulgado o relatório, no qual o resultado representa um salto de mais de 110% em relação ao mesmo período de 2020, quando a companhia atingiu lucro de R$ 94,3 milhões.
Sob base ajustada, o lucro foi de R$ 347,1 milhões, expansão de 51,5% sobre um ano antes. Vale ressaltar, que esse valor de lucro sob a base ajustada, é excluindo efeitos do Incentivo de Longo Prazo e amortização do valor justo proveniente da combinação de negócios, líquidos de imposto).
Resultados do Ebitda da Hapvida ficaram abaixo do estimado
Depois que os dados foram divulgados, analistas de ações avaliaram o desempenho da companhia. De modo geral, os resultados vieram fracos no período, segundo relatório apresentado pela Ágora Investimentos.
O Ebitda (lucros antes de juros, depreciação, amortização e impostos) ficou 9% abaixo do estimado pelo Bradesco BBI e 17% abaixo do consenso.
“A decepção de Ebitda foi principalmente devido a receitas mais fracas (-1% frente estimativas do BBI), a MLR (taxa de sinistralidade) caixa 1 ponto porcentual pior do que o esperado, em 71,1%”.
O resultado teve um top line abaixo das projeções da corretora, afirmou Leo Monteiro, da Ativa Investimentos. Ele também verificou que a redução na margem Ebitda ocorreu em função de um pior controle nas despesas e uma sinistralidade ainda alta.
Monteiro também avalia que a companhia possui um “histórico de aquisições de sucesso”, anunciou então a fusão com a NotreDame, que opera em um modelo de negócios similar, “permitindo gerar ganhos de sinergias tanto de custo quanto de receita”.
A Ativa classificou a recomendação da ação como Neutra, devido não enxergarem espaço para upside nos preços atuais da Hapvida.
O preço-alvo da companhia foi calculado em R$ 13,50, uma alta de 12,7% frente ao valor de referência do papel.
Ômicron e Influenza causam aumento na sinistralidade caixa
Os analistas da XP Investimentos, Rafael Barros e Larissa Pére, o destaque do balanço foi a sinistralidade, pois aumentou 5,4 pontos percentuais na comparação anual, para 64,9%.
“As contaminações pela variante Ômicron e pelo Influenza durante a temporada de festas, com impacto de 0,6 ponto percentual na sinistralidade caixa, e maior sinistralidade das empresas adquiridas (entre 78% e 87%)” foram caracterizados como os principais fatores para esse resultado.
Ticket médio
As adições líquidas de planos de saúde tiveram um impacto bastante negativo. Na comparação ano a ano, houve o aumento de 14% no número de planos de saúde, junto com uma queda de 1,2% na comparação anual no valor do ticket médio.
A XP recomendou a compra do papel, com preço-alvo a R$ 19, um upside de 58,6% frente ao valor de referência do papel.
Maria Clara Negrão, da Ágora Investimentos, e Marcio Osako, também da Ágora, ficaram bastante preocupados com o recuo no valor do ticket, “que pode se recuperar mais lentamente do que o esperado à concorrência e às condições macro”.
O relatório da Ágora apontou, no geral, que a maioria dos fatores atrás da queda são transitórios, e também mantém a recomendação de compra dos papéis, devido ao valuation atrativo e fortes fundamentos de crescimento.