Apple (AAPL3) planeja investir em seu time de publicidade digital
O objetivo da companhia é dobrar a atuação da equipe
Nesta segunda-feira (05), veículos britânicos confirmaram que uma das maiores fabricantes de smartphones do mundo, a Apple (AAPL3), planeja realizar investimentos no seu time de publicidade digital.
Conforme noticiado, a companhia busca dobrar seus esforços na área, contratando mais profissionais para integrarem a equipe.
Apple e publicidade digital
Com uma base de cerca de 250 funcionários, segundo o Linkedin oficial da companhia, a Apple busca contratar mais 216 funcionários para fazer parte do do seu time de publicidade digital.
Assim, para compor as diferentes competências exigidas pela área de publicidade digital, as vagas visam contratar designers, gerentes, engenheiros de data e especialistas em vendas.
Essas posições são oferecidas, em sua maioria, nos Estados Unidos, mas incluem ao menos 27 destinadas à Europa, 12 na China e na Índia, 4 no Japão e duas em Singapura.
A quantidade de vagas abertas representa, ainda, cerca de quatro vezes a quantia de oportunidades publicada pela empresa no ano de 2020, que, ao final do ano, chegou a abrir 56 vagas.
A medida vem, ainda, 18 meses depois da Apple anunciar mudanças de privacidade nos iPhones e iPads.
Na época, a decisão gerou prejuízos às redes sociais, que encontraram grandes dificuldades para entregar anúncios aos quase 1 bilhão de usuários de aparelhos da Apple, em um mercado avaliado em cerca de US$ 400 bilhões (o equivalente a cerca de US$ 2 trilhões).
Dessa forma, isso fez com que as mídias sociais, como o Facebook, gerido pela Meta, Snapchat e Twitter, que obtinham lucros com a exibição de anúncios, entre outros meios, fossem confrontados com uma perda de bilhões de dólares.
Isso afetou de forma negativa a avaliação do mercado de publicidade digital, mesmo que haja outros diversos fatores que contribuíram para a queda.
Essa decisão foi movida pelo desenvolvimento do seu próprio negócio de anúncios que, de acordo com uma das propagandas das vagas, está “crescendo em um ritmo inacreditável”.
Depois de divulgar as vagas, as ações da Apple (AAPL34) caíram nesta segunda-feira (05). Seus papéis somaram às 14:51 horas (Horário de Brasília) uma queda de 1,19%, atingindo os R$ 80,35.
No período de seis meses, a desvalorização atingiu os 0,57%. No acumulado do ano, a queda é de 22,26%.
De acordo com um levantamento publicado pelo Evercore ISI, uma consultora global de bancos de investimento, a previsão é que, até o final deste ano, a Apple obtenha a quantia de US$ 4,7 bilhões com anúncios, mais que o dobro dos lucros da empresa com a área registrados no ano passado, que totalizaram os US$ 2,0 bilhões.
A previsão, de acordo com a instituição, é de que as receitas da companhia continuem a crescer com o passar dos anos, atingindo US$ 7,3 bilhões em 2023, US$ 12,0 bilhões em 2024, US$ 19,5 bilhões em 2025 e US$ 30,4 bilhões em 2026.
Reação do mercado
Desde sua primeira decisão para impulsionar seu próprio negócio de anúncios, o mercado reagiu positivamente ao plano da Apple. O CEO da Zeta Global, David Steinberg, descreveu a ação da fabricante como “maquiavélica” e “brilhante”.
Isso porque, segundo o executivo, a ação força suas rivais a redimensionar seus modelos e infraestrutura de anúncios ao mesmo tempo em que a empresa cria aberturas para preencher a lacuna.
No ano de 2018, o atual CEO da Apple, Tim Cook, disse que a companhia certamente poderia obter uma grande quantia de dinheiro se “monetizasse” seus clientes, “se nossos clientes fossem noss produto”, mas que a empresa decidiu não fazer isso.
Isso fez com que, com suas novas estratégias, as críticas apontassem “contradição” em suas ações.