Banco Inter: ações sobem em nova tentativa de migração para a Nasdaq
Foi retomado o processo de reorganização societária para tentar a transferência das ações para a Inter&Co
O banco Inter irá novamente tentar uma saída da Bolsa de valores brasileira, a B3. A intenção da instituição é negociar as suas ações diretamente nos Estados Unidos, na Nasdaq.
Esse movimento por parte do banco brasileiro já não é uma novidade. Em dezembro do ano passado, a previsão era de que as ações da instituição financeira fossem listadas na Nasdaq, no entanto isso não ocorreu.
A desistência fez com que o banco da família Menin excedesse o limite de R$ 2 bilhões para o pagamento da opção de cash-out, movimento feito para resgatar as ações.
Porém, neste mês as conversas para a retomada da migração dos papéis voltaram à tona em fato relevante publicado na última sexta-feira, (15). Com este processo, a sua base acionária não estaria mais no Brasil, e sim na Inter&Co, listando diretamente na bolsa norte-americana.
Mudanças do Banco Inter
Com a listagem dos papéis diretamente na Nasdaq, o banco Inter passaria por certas alterações, além da mudança de país.
A principal delas está na compra de ações. A partir do momento em que for concretizada a reorganização societária, o banco Inter sairá da Bolsa brasileira e os investidores não poderão comprar ações do Banco.
Estará disponível para compra apenas os BDRs, ou seja, os certificados de depósito de valores imobiliários.
A Inter&Co, sociedade do Banco que irá negociar as ações na Bolsa de Nova York, ainda irá protocolar um pedido de registro de emissor estrangeiro.
Além disso, há um pedido para registrar o programa de BDRs Nível II perante a CVM e a B3 antes que a proposta seja levada à Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para que sejam discutidos os termos da proposta. Ainda não há uma data para a realização da AGE.
Com a Inter Holding Financeira SA (Holdfin) tomando conta das ações do banco, haverá uma incorporação financeira completa por parte dessa sociedade que emitirá ações preferenciais de duas classes diferentes: ON e PN.
Esses certificados de ações darão a possibilidade de resgate em BDRs ou em dinheiro. Em resumo, será entregue uma PN resgatável para cada seis ações ordinárias ou preferenciais emitidas pela instituição.
Objetivo
A pretensão do banco Inter de sair da bolsa brasileira e assim como o Nubank migrar para a Nasdaq é antiga e tem um motivo bem claro para essa decisão.
A instituição almeja com essa reorganização societária implantar a sua própria estratégia de negócios para que possa continuar com o seu crescimento. Mas para concluir isso, o banco pode enfrentar certas barreiras devido a requisitos do Banco Central.
Este receio é explicado pelo fato do BC exigir aqui no Brasil que as instituições financeiras tenham um acionista controlador ou um grupo de controle definido.
Ainda de acordo com comunicado publicado pelo Inter, o acionista controlador da instituição possui cerca de 53% das ações ordinárias, além de quase 9% de ações preferenciais e uma participação no capital social equivalente a 31,1%.
Além deste quesito de crescimento e liberdade para montar a própria estratégia de negócios, o Inter visa conseguir um aumento de capital com a reorganização no futuro.
No entanto, a ideia é que isso seja feito de forma que os controladores não percam as suas ações.
Ações
Após as notícias e a publicação do fato relevante no último dia 15, referente à reorganização societária, as ações do Banco Inter na bolsa de valores disparou durante a manhã de hoje, (18).
Por volta das 12h, os papéis do Inter eram os que mais subiam. A ação ordinária (BIDI11), registrava alta superior a 6,5% com cotação de R$ 17,62, já a ação preferencial (BIDI4) beirava a faixa dos R$ 6 com uma subida de 5,5%.