Banco Inter vai acelerar negócios para ser ‘banco dos imigrantes’ – ESTOA

Banco Inter vai acelerar negócios para ser ‘banco dos imigrantes’


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Como tem ocorrido com outras fintechs, o Banco Inter vai acelerar a sua expansão internacional. Mas, ao contrário de rivais como o Nubank, que apostam na América Latina, a família Menin, fundadora do banco, diz que a meta é crescer em mercados desenvolvidos, com plano de chegar a 1 milhão de clientes nos Estados Unidos até o fim do ano e, depois, partir para uma expansão para a Europa.

A entrada no mercado americano ocorreu no fim de 2021, com a compra da Usend, fintech que já tinha uma conta digital e cerca de 200 mil usuários, porém atuava com foco maior nas remessas de estrangeiros para seus países de origem.

Na prática, o Banco Inter vai continuar focado nos imigrantes dos EUA, que pagam altas taxas para utilizar serviços bancários por lá.

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Banco Inter quer juntar conta brasileira e americana

“Queremos ser um aplicativo global. No fim, não vamos pensar mais em uma conta brasileira e outra americana, mas tudo interligado para que criemos uma solução global”, diz o presidente da empresa, João Vitor Menin. “E, ao acertar a mão na operação dos Estados Unidos, em vez da Colômbia, por exemplo, os resultados serão absurdamente maiores.”

A ordem dentro do Inter, que conseguiu nas últimas semanas as liberações que faltavam de autarquias americanas, é trazer mais funcionalidades para atrair os clientes.

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Estão sendo testados produtos como o Inter Shopping, marketplace que se tornou um dos principais diferenciais da conta no Brasil por seus generosos cashbacks (devolução de parte do dinheiro ao cliente que compra pelo aplicativo), e a área de investimentos, o Inter Invest.

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Além disso, a empresa pretende potencializar o negócio de remessas da Usend. A ideia, porém, é fazer isso como mais um produto dentro da carteira do Inter, com a marca deixando de ser a principal utilizada nos Estados Unidos. Nos próximos meses, todas as contas da fintech americana ficarão debaixo do guarda-chuva da brasileira.

Menin também está de olho no mercado europeu, onde a entrada deve ser via aquisições. Em entrevista recente ao Estadão, Rubens Menin, presidente do conselho do Inter e pai de João Vitor, disse que o mercado português seria uma opção, ainda mais pelo conhecimento da região após a entrada da família no negócio de vinhos por lá.

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Mercado

Na última terça-feira, 12, o Inter divulgou as prévias operacionais do primeiro trimestre deste ano. E, apesar de números como o aumento de 82% na base de clientes na comparação anual, ultrapassando 18 milhões de usuários, o mercado não gostou do que viu.

Os analistas e investidores se concentraram em dados como o de originação de crédito, que teve alta de 22% quando comparado ao mesmo período de 2021, a R$ 4,5 bilhões, mas uma redução de 25% em relação ao quarto trimestre do ano passado.

Já a inadimplência aumentou em 0,5 ponto porcentual de um trimestre para outro, a 3,3%, enquanto a do cartão de crédito subiu 1,5 ponto porcentual, alcançando 6,6%. O resultado foi uma queda de quase 9% das ações no dia da divulgação – mas com uma recuperação de 1,32% no pregão de ontem.


Para os analistas do BTG Pactual, há pontos positivos nos dados, mas a empresa precisa mostrar mais capacidade de ampliar a sua rentabilidade. “O Inter precisa mostrar aos investidores quão bem seu modelo de negócios pode aproveitar a sua alavancagem operacional”, escreveram os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paúra.

Já o presidente da companhia acredita que os resultados vieram “muito bons”. “Dentro das condições macroeconômicas e de juros, fizemos um excelente resultado. Obviamente, a expectativa é que poderia ser melhor, mas acredito que se fôssemos uma visão de capital fechado não estaríamos sendo tão penalizados”, diz Menin. As ações do Inter acumulam queda de quase 40% desde janeiro e de 72% nos últimos 12 meses.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo.