Bancos recusam proposta da Americanas, Gol adia balanço, reações às falas de Powell e o que mais mexe com o mercado

A quarta-feira (8) começa agitada no Brasil e no exterior, com destaque principalmente para os temores nos Estados Unidos com relação a novos aumentos nas taxas de juros do país. A preocupação cresceu ainda mais depois das declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta terça no Congresso norte-americano.

O mandatário afirmou que o Fed deverá ter que elevar os juros para patamares além do que era imaginado no início do ano como forma de controlar a inflação do país. Os principais motivos para isso foram os dados econômicos acima da média divulgados nas últimas semanas. Isso fez com que os investidores aumentassem ainda mais as suas projeções de um aumento de 0,50 ponto percentual na próxima reunião nos dias 21 e 22.

Antes disso, o banco central dos Estados Unidos ainda terá novos dados para se balizar como o payroll, que mede a criação de empregos no país e será divulgado na próxima sexta-feira (10) pelo Departamento do Trabalho.

2. Bancos recusam proposta da Americanas

Na noite desta terça-feira, a Americanas confirmou por meio de fato relevante que uma nova proposta de acordo com os bancos credores foi apresentada em reuniões recentes. A varejista busca um entendimento com as instituições que no total representam R$ 19,5 bilhões da dívida.

A nova tentativa contou com um aumento do aporte financeiro por parte do trio de acionistas de referência da companhia, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, passando de R$ 7 bilhões para R$ 10 bilhões. O acordo, no entanto, não foi aceito pelos bancos credores que esperam por uma quantia maior, na casa dos R$ 15 bilhões.

3. Mercado de olho em discursos de Christine Lagarde 

Os investidores passarão por um dia agitado no exterior, mas não apenas nos Estados Unidos. Na Europa, a expectativa desta quarta gira em torno das declarações da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, nos dois discursos que ela dará nesta semana. 

Nesta quarta, o tema central das falas de Christine no evento da Organização Mundial do Comércio foram as mudanças na economia global nos últimos anos e o papel das mulheres, em alusão ao Dia Internacional das Mulheres. Na próxima sexta, um dos focos da presidente do BCE será os rumos da política monetária e da taxa de juros dos países da zona do euro, que têm convivido com incertezas desde o ano passado.

4. Gol adia divulgação de balanço

A semana de divulgação de balanços financeiros está agitada no Brasil e cerca de 40 empresas irão apresentar o seu desempenho do quarto trimestre de 2022, mas a companhia aérea Gol (GOLL4), que divulgaria seus resultados nesta manhã, anunciou o adiamento para o dia 28. De acordo com a empresa, o movimento foi necessário visto que toda a auditoria ainda não foi concluída. 

A empresa, no entanto, lançou uma prévia do seu desempenho nos últimos três meses do ano nesta manhã, apontando para uma receita operacional líquida recorde de R$ 4,76 bilhões, crescimento de mais de 60% em relação ao ano anterior. Os números que não foram auditados também indicaram que a aérea conseguiu reverter o seu prejuízo de 2021, registrando um lucro líquido de R$ 230,9 milhões.

5. Nova leitura aponta PIB estável na zona do euro

Nesta manhã, o escritório de estatísticas da União Europeia (Eurostat) anunciou mais uma leitura para o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro. Os dados preliminares apontaram para uma estabilidade da economia europeia nos últimos três meses do ano, ficando abaixo da primeira leitura, que trouxe um crescimento de 0,1%.

Já no cenário anualizado, a Eurostat confirmou que a região dos países que compartilham do euro como moeda oficial teve um crescimento de 3,5% em 2022, representando uma queda em relação aos 5,3% do ano anterior. Na comparação trimestral, houve uma desaceleração do bloco, caindo de 0,4% para 0,0%.