Bradesco (BBDC4) vê lucro líquido cair 35,8% no 2T23 a R$ 4,518 bi; ações desabam
Ante o 1T23, a alta é de 5,6%
O Bradesco (BBDC4) divulgou seu balanço trimestral referente aos meses de abril a junho na última quinta-feira (3). De acordo com os dados, o banco finalizou o período com um lucro líquido de R$ 4,51 bilhões, queda de 35,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mesmo assim, o valor supera, por pouco, a quantia projetada pelo Mercado Financeiro de R$ 4,48 bilhões.
Diante dos números, as ações da empresa despencaram durante o pregão desta sexta-feira (4).
Balanço trimestral do Bradesco
A empresa publicou, em Fato Relevante, seus resultados para o segundo trimestre deste ano logo após o fechamento do pregão de ontem.
O lucro líquido da empresa, após cair quase 36% ante o valor registrado no mesmo período de 2022 (R$ 7,04 bilhões), resultou em uma alta de 5,6% em comparação ao trimestre imediatamente anterior, quando o banco atingiu R$ 4,28 bilhões.
Além disso, o segundo maior banco do Brasil também atingiu um lucro recorrente de R$ 8,798 bilhões durante o primeiro semestre do ano, quantia 36,1% menor do que na primeira metade do ano passado.
De acordo com a companhia, foi registrado um crescimento da inadimplência e provisões durante o período, fazendo com que o resultado fosse reduzido.
Mesmo assim, no documento, o Bradesco assegura que “a inadimplência de curto prazo melhorou 0,2 p.p. no trimestre, com contribuição de todos os segmentos, e o movimento do indicador acima de 90 dias traduz o atual momento do ciclo de crédito”.
Segundo dados do Banco Central, a instituição possui mais de 100 milhões de clientes, o que faz com que esteja mais exposto à baixa renda do que outros bancos. Esta é a categoria mais atingida pela alta dos juros e da inflação.
A carteira de crédito da instituição bancária finalizou o segundo trimestre deste ano aos R$ 868,6 bilhões, alta de 1,6% na comparação anual.
A maior parcela do indicador foi representada pelo segmento de pessoa jurídica. Mesmo assim, em comparação ao primeiro trimestre deste ano, houve redução de 1,2% no total.
Os Ativos, por sua vez, chegaram a R$ 1,884 trilhão, 7,2% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Além disso, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) atingiu 11,1% ao fim do segundo trimestre deste ano, apresentando uma redução de 7 pontos percentuais na comparação anual e alta de 0,5 p. p. ante o trimestre imediatamente anterior.
Considerando os números, a XP Investimentos disse acreditar em uma “curva de melhoria, mas vemos o ponto de inflexão um pouco mais distante, dadas algumas incertezas, incluindo a elevada inadimplência e o baixo crescimento da carteira, que se traduzem em baixos níveis de rentabilidade”.
Mesmo assim, os analistas ainda esperam uma reação negativa do mercado financeiro para as ações do banco. Eles mantiveram a recomendação neutra para os papéis.
Guidance
O Banco também revisou para baixo seu guidance para o ano de 2023. A mudança mais expressiva foi nas projeções de crescimento da carteira de crédito expandida.
As expectativas para o indicador foram reduzidas de um intervalo entre 6,5 e 9,5% para 1 e 5%. A quantia prevista para a margem financeira também foi reduzida, de 2-6%, para 7-11%.
Apesar disso, a instituição bancária manteve suas projeções para a receita de prestação de serviços, entre 2-6%, e da Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), entre R$ 36,5-39,5 bi.
Ações despencam
Diante dos números, as ações do Bradesco (BBDC4) acumulam desvalorizações no pregão desta sexta-feira (4).
Assim, por volta das 15:00 horas (horário de Brasília), os papéis somaram queda de 5,02%, aos R$ 15,72.