CEO do Nubank (NUBR33) encerra acordo de remuneração extra de ações – ESTOA

CEO do Nubank (NUBR33) encerra acordo de remuneração extra de ações

Fim do acordo de remuneração extra do Nubank agrada analistas financieros


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Nesta  quarta-feira (30), o Nubank (NUBR33), divulgou que seu fundador e CEO, David Vélez, encerrou acordo que permitia aplicar uma remuneração extra em ações no futuro da fintech, devido o impacto negativo dos ativos na bolsa valores norte-americana, fazendo com que o banco digital tenha um efeito contábil positivo. 

Em abril deste ano, a remuneração adicional gerou discussão no mercado financeiro, já que o pagamento seria no total de R$ 816 milhões aos diretores e conselheiros no Nubank, além de gerar 80% do valor referente aos efeitos contábeis. 

Remuneração extra de ações

De acordo com o CEO David Vélez, a remuneração extra de ações é de interesse dos acionistas. Isso porque as ações do Nubank podem se multiplicar em até três cotações atuais.

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A remuneração foi aprovada pelo conselho do Nubank em outubro de 2021, período em que a oferta pública inicial de ações (IPO) aconteceu em Nova York. 


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Em nota divulgada pelo Nubank, o pagamento seria de R$ 804,4 milhões, o equivalente a 84%, que refere-se ao reconhecimento contábil de um programa de remuneração em ações chamado Contingent Share Award (CSA). Deste modo, os 16% restantes, cerca de R$ 125,5 milhões, seriam efetivamente pagos aos diretores estatutários da Fintech.

“O CSA é um programa de remuneração em ações outorgado ao nosso fundador e diretor presidente, David Vélez, condicionado ao cumprimento de metas ambiciosas”, finaliza o Nubank.

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Quando a nota sobre a remuneração extra foi divulgada pelo Nubank, o acordo representaria 100% da remuneração total de Vélez, nos próximos cinco anos, período mínimo que o fundador permaneceria na fintech.

Edward Wible, Cristina Junqueira e David Vélez, fundadores do Nubank na bolsa de Nova York  Créditos: Reprodução

O fim do acordo de remuneração

No quarto trimestre de 2022, as ações do Nubank foram impactadas negativamente, com conhecimento único e não monetário de despesas no mesmo valor. De acordo com a fintech, as diretrizes contábeis exigem uma rescisão registrada, que mostre uma compra acelerada, por mais que não haja aquisição ou desembolso real. 

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A desistência da remuneração também pode fazer com que o Nubank evite um potencial de diluição dos outros acionistas, em até 2% do total de ações ordinárias.

Em setembro deste ano, o Nubank adquiriu cerca de 70 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia. Além disso, a fintech finalizou o terceiro trimestre de 2022, com um lucro líquido de US$ 63,1 milhões. O resultado ficou acima das estimativas de analistas, mesmo com as ações fora dos  US$ 9 do IPO. 

A opinião dos analistas 

Os analistas do Itaú BBA disseram que a notícia sobre a desistência de Vélez sobre remuneração é positiva para os acionistas, já que a decisão reduzirá as despesas em  US$ 356 milhões até 2029, o que pode aumentar 15% a previsão dos analistas do banco, em  um lucro líquido de US$ 485 milhões para 2023.

“Todos os esforços contam para o objetivo mais amplo de melhorar a eficiência. A não diluição também envia uma mensagem positiva a todos os acionistas, incluindo executivos, de que Vélez pratica o pensamento de parceria. Ele receberá basicamente um salário fixo até o final de 2023, quando os termos serão novamente discutidos”, afirmam os analistas do Itaú BBA.


Por mais que os analistas apoiem a decisão de Vélez, a configuração baseada no preço das ações pode causar muitas forças motrizes dos ciclos econômicos, assim como os preços das ações que não dependem da execução da gestão. 

“Não se espera que a mudança anunciada gere benefícios fiscais para Vélez ou para a empresa. O CEO mantém uma participação importante na empresa (US$ 4,2 bilhões atualmente) e esperamos que ele continue totalmente envolvido no negócio. Em suma, vemos isso como um gesto positivo que provavelmente será bem-vindo pelo mercado”, concluem os analistas do BBA.

Já os analistas do Goldman Sachs  destacam uma teleconferência realizada pelo Nubank com analistas após o comunicado, dizendo que o anúncio pode promover uma economia de custos, assim como também é possível que o valor seja transferido aos acionistas.

Os analistas da GS também afirmam que o cenário macro atual é mais desafiador do que na época em a fintech criou o programa de CSA.

“Embora o anúncio não fosse esperado, ele elimina a potencial diluição de 2% e Vélez ainda possui mais de 20% da empresa. Acreditamos que a empresa continua executando e gerenciando os riscos adequadamente, estando bem posicionada para continuar a monetizar sua base de clientes”, finalizam os analistas do Goldman Sachs.

Por último, o Nubank disse que a economia contábil esperada entre novembro de 2022 a 2029, apresenta a possibilidade de render cerca de US$ 356 milhões, conforme o banco não for reconhecendo o efeito contínuo do efeito contínuo da potencial concessão futura da remuneração.