CFO da Petrobras (PETR4) diz que dividendos devem ser deliberados sob nova regra no 2T23

Sergio Caetano Leite, diretor financeiro da Petrobras, divulgou na última quarta-feira (19), que a empresa deve deliberar os dividendos no segundo trimestre de 2023 sob nova regra. 

Nesta quinta-feira (20), a companhia afirmou que: “as etapas para o aperfeiçoamento da política de remuneração aos acionistas estão em andamento”. 

Comunicado do diretor financeiro 

Em seu comunicado, Leite disse que o estudo de uma nova política deve ser concluído até fim do mês de julho, e que os dividendos da Petrobras serão “como de empresas congêneres”. 

A Petrobras disse em comunicado que: “a previsão é que o assunto seja apreciado pelo conselho de administração até o final de julho”.

O mercado financeiro vem observando as decisões da empresa, após seu pagamento dos dividendos abundantes em 2022, superando os maiores produtores internacionais de petróleo.

“Houve mudança de gestão e direcionamento, a empresa estava preparada para ser vendida. Já que a decisão era vender, era interessante pagar muito dividendo”, afirma o diretor financeiro. 

Leite ainda aponta que o estudo pode “(…)se mostrar rentável e atrativa para que alguém viesse para fazer proposta”. 

“Com a nova gestão(…) e preocupação com o futuro da companhia, aliado com todo rumor que esse tema de dividendo causa, conselho de administração decidiu que deveria ser feito estudo”, finaliza o diretor financeiro da Petrobras. 

Já o presidente-executivo da Petrobras, Jean Paul Prates, disse à Reuters que os investidores não devem se acostumar com os dividendos do ano passado, já que a nova política deve ser “ajustada” à realidade de uma empresa que investe no futuro.

Política de remuneração aos acionistas 

Em relação à política de remuneração aos acionistas, há uma previsão em caso de endividamento bruto inferior a cerca de US$ 65 bilhões. Anteriormente, a companhia distribuía aos acionistas o total de 60% da diferença entre fluxo de caixa operacional e os investimentos. 

O diretor financeiro pontuou sobre o funcionamento da política atual e as diferenças da gestão anterior: “Na gestão anterior, quando a intenção era vender a companhia, era interessante pagar muito dividendo. Agora, a partir desses estudos, vamos ver o que está de acordo com a nova visão da Petrobras”. 

“Não faz sentido a Petrobras ser tratada como um estacionamento, um lugar com poucos investimentos. A área de petróleo e gás requer investimento intensivo. A Petrobras tem que investir mais do que tem feito. O nível de pagamento dos dividendos deve ser parecido com o das empresas congêneres”, afirma Leite.

Sobre a periodicidade da remuneração, o diretor financeiro disse que hoje está de acordo com o que a companhia acredita ser adequado e que é uma decisão do conselho através dos levantamentos feitos pelo comitê da Petrobras. 

Preço do gás natural

Um dos assuntos comentados pela Petrobras em seu comunicado de ontem foi o preço do gás natural, que terá outras alterações a partir do dia um de agosto. O valor do gás cairá para 7,1% em R$/m3 no contrato da Petrobras com suas distribuidoras. 

O reajuste será referente aos meses de maio, junho e julho e leva em consideração a variação da molécula e do transporte por dutos. A estatal destacou que o preço praticado pelas distribuidoras aos seus consumidores finais não é determinado pelo reajuste feito pela Petrobras.

Recompra de ações 

Outro assunto comentado por Leite é sobre a recompra de ações da Petrobras, o diretor disse que ainda não está claro se haverá um anúncio de recompra no mês de agosto. 

Em maio, o conselho de administração havia determinado uma elaboração da proposta de ajuste da política de remuneração aos acionistas da Petrobras, incluindo a possibilidade de uma recompra de ações.

O diretor financeiro afirmou que está sendo debatido por um comitê técnico da companhia a pedido do conselho de administração, portanto, a decisão não cabe à diretoria da empresa.