Conselho da Marisa (AMAR3) fecha com CVM acordos que chegam à R$ 350 mil – ESTOA

Conselho da Marisa (AMAR3) fecha com CVM acordos que chegam à R$ 350 mil

Os termos de compromisso de dois conselheiros foram aceitos


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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aceitou acordos da varejista de roupas Marisa (AMAR3) que chegam a R$ 350 mil.

Os pedidos referem-se a termos de compromisso de dois conselheiros da companhia. Os processos devem, agora, ser encerrados. 

Diante da decisão, as ações da empresa somam desvalorizações durante o pregão desta quarta-feira (26).

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CVM aceita acordos

A aprovação dos pedidos consta no Informativo da reunião do Colegiado da CVM celebrada na última terça-feira (25), publicado pela Comissão.

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Um dos casos refere-se ao membro do Conselho de Administração da Marisa, Márcio Luiz Goldfarb. Em 2022, no dia 9 de maio, o executivo teria, supostamente, adquirido um total de 200 mil ações ordinárias da companhia.

Naquela época, o balanço trimestral da varejista seria divulgado dois dias depois, no dia 11. A negociação ocorreu, portanto, durante o chamado período vedado, que proíbe a compra de ativos por parte dos executivos por 15 dias.

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CVM aceita acordos da Marisa/Foto: Divulgação – CVM

Ele foi, desta forma, acusado de realizar a compra dos ativos tendo ciência dos resultados operacionais da companhia.

Apesar disso, de acordo com o departamento de Relações com Investidores da Marisa, Goldfarb só teria tido contato com as informações durante a reunião do Conselho de Administração realizada no dia 11 de maio do ano passado.

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Sendo assim, na data de aquisição dos papéis, o executivo ainda não teria tomado conhecimento dos dados operacionais do período.

Goldfarb afirmou, ainda, que concluiu “por equívoco, operações de compra à vista de 200 mil ações”. Para adquirir a quantia, um total de R$ 403 mil teria sido pago pelo executivo.

À Comissão de Valores Mobiliários, ele se comprometeu em pagar um total de R$ 150 mil. Segundo o relatório, a prática desrespeita o artigo 14 da Resolução CVM nº 44/2021.

O outro acordo aceito pela Comissão refere-se a um caso ocorrido ainda no ano de 2021. Na época, Alberto Kohn de Penhas, membro do Conselho de Administração naquele ano, teria, supostamente, realizado uma operação de insider trading.

Alberto Kohn de Penhas, atual vice-presidente comercial da Marisa/Foto: Fabio Chialastri

Este é o nome dado à prática da compra de ações sob posse de informações privilegiadas sobre uma companhia em questão, neste caso, da própria Marisa.

Ele é acusado de, na época, comprar um total de 160 mil ações da varejista pela quantia de R$ 661,1 mil enquanto possuía informações relevantes do balanço do terceiro trimestre da empresa, divulgado no mês de novembro daquele ano.

O processo que apura o fato descreve que Penhas teria acesso à informações sobre o resultado da empresa durante o terceiro trimestre de 2021, após revisão do auditor independente e encaminhamento para aprovação.

Apresentando resultados positivos após uma série de balanços negativos, a possível aquisição teria sido feita com expectativa de valorização dos papéis.

Mesmo com os resultados, os ativos da Marisa (AMAR3) finalizaram o mês de novembro de 2021 somando uma desvalorização de 10,22%, aos R$ 3,38.

O fator, no entanto, “não afasta a relevância da informação e seu suposto uso de modo privilegiado”, segundo o relatório do Comitê de Termo de Compromisso.


No documento publicado, a prática representaria infração, em tese, ao artigo 155, seção 1, da Lei n° 6.404/1976 c/c o art. 14 da Resolução CVM nº 44/2021.

Dessa maneira, o executivo teria apresentado a proposta do pagamento de R$ 200 mil, o piso para negociações classificadas como insider trading.

Ações caem

Diante da aprovação, as ações da Marisa (AMAR3) somaram desvalorizações durante o pregão desta quarta-feira (26). 

Por volta das 15:00 horas (horário de Brasília), os ativos caíram 2,27%, cotados a R$ 0,86. Desde o início do ano, seus papéis somam uma queda de 30,40%.