CVC (CVCB3) registra prejuízo de R$ 166,9 milhões no 2T23; ações derretem
O resultado mostra uma piora diante do prejuízo do primeiro trimestre
A companhia de viagens CVC (CVCB3) publicou logo após o pregão da última terça-feira (8) seu balanço trimestral, contendo seus resultados durante os meses de abril a junho.
De acordo com as informações, a empresa ampliou em mais de 75% prejuízo registrado na comparação anual.
Diante dos dados, as ações da companhia acumulam desvalorização durante o pregão desta quarta-feira (9).
Segundo trimestre da CVC
Segundo o balanço da empresa, a CVC atingiu, durante o segundo trimestre de 2023, um prejuízo de R$ 166,9 milhões, alta de 76% ante os R$ 94,8 milhões registrados durante o mesmo período do ano passado.
Segundo o comunicado da empresa de viagens, a variação do prejuízo líquido entre trimestres se deve, majoritariamente, pela “provisão de juros de renegociação das debêntures” e “juros de antecipação de recebíveis”.
Além disso, o prejuízo líquido registrado durante os primeiros seis meses deste ano foi de R$ 294,9 milhões. No primeiro semestre do ano passado, a quantia foi de R$ 261,6 milhões.
Outro indicador a apresentar resultados negativos no segundo trimestre foi o Ebitda (Lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa, que chegou a um resultado negativo de R$ 1,5 milhão, 83% a mais do que no mesmo período do ano passado.
A Receita Líquida da companhia, por sua vez, chegou aos R$ 269,4 milhões no 2T23, apresentando uma leve redução de 0,1% na mesma base de comparação.
Já o Resultado Financeiro da CVC finalizou os meses entre abril e junho com despesa líquida de R$ 116,5 milhões, alta de 191,7% entre a despesa de R$ 39,9 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
Além de citar os encargos sobre antecipações de recebíveis, resultados da alta do CDI (Contrato de Depósito Interbancário), a empresa também cita o “maior montante de antecipações realizadas neste trimestre e aumento de R$ 27,2 milhões na rubrica Outras Despesas Financeiras”, como principais fatores para o valor negativo.
O último item se deve, de acordo com o documento, ao registro contábil do prêmio PIK, o “título de capitalização presente na renegociação das debêntures ocorrida em abril”.
Apesar disso, as despesas gerais e administrativas da empresa caíram 13% durante o período na base anual, a R$ 189,3 milhões. As despesas de vendas, por sua vez, cresceram 35,8% na mesma janela de comparação, a R$ 88,2 milhões.
Na mensagem da Administração da empresa, a CVC diz que seus negócios demonstraram “resiliência e crescimento ao longo do primeiro semestre de 2023”, mesmo que os resultados do período tenham sido afetados negativamente pelas “restrições de capital pré follow-on”.
“Um importante fator que reforça a pujança do setor foi o incremento de oferta de assentos pelas companhias aéreas. A quantidade de pessoas viajando está mais próxima dos patamares pré-pandemia”, complementa, citando dados da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que dizem que durante o primeiro semestre de 2023 cerca de 53,9 milhões de passageiros foram transportados, quantia 20% maior do que no primeiro semestre do ano passado.
Novo CEO da empresa
A CVC anunciou, ainda, mudanças no time executivo da empresa. Ela destaca a chegada de Fábio Godinho como o novo CEO, com 15 anos de experiência no setor de turismo, em sua terceira passagem pela companhia.
Além de Godinho, também foi anunciada a chegada de Carlos Wollenweber como novo CFO e Diretor Financeiro, e de outros executivos, que “darão prosseguimento à retomada dos negócios com rentabilidade”.
Ações despencam
Reagindo aos números divulgados, as ações da CVC (CVCB3) despencaram durante o pregão desta quarta-feira (9).
Os ativos somaram por volta das 15:00 horas (horário de Brasília) queda de 6,25%, aos R$ 2,70.
Naquele horário, seus papéis estavam entre os que mais caíram dentre as ações que compõem o Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3.