Dados de inflação no Brasil e nos EUA vêm acima do esperado; bolsas caem – ESTOA

Dados de inflação no Brasil e nos EUA vêm acima do esperado; bolsas caem

Sexta-feira foi marcada pela divulgação do IPCA-15 e do PCE


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Os mercados no Brasil e no exterior ficaram atentos nesta sexta-feira (24) a maior parte do tempo nos dados inflacionários que foram anunciados pela manhã, o IPCA-15, considerado como a prévia da inflação brasileira e o Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), principal monitor do Federal Reserve para definir os próximos passos com relação à taxa de juros.

A expectativa de analistas a respeito dos dois indicadores era de que eles apresentassem um avanço na comparação com o mês anterior. No entanto, após a divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, os investidores tiveram de lidar com dados ligeiramente acima do esperado.


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Dados do IPCA-15 fazem Ibovespa recuar

Os números divulgados pelo IBGE com relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, que considera dados da primeira quinzena de cada mês, geraram uma surpresa negativa no mercado, que tinha como consenso um avanço de 0,72% da inflação durante o período, porém a prévia da inflação oficial do Brasil ficou em 0,76%.

O avanço acima do esperado fez com que o IPCA-15 registrasse uma queda menor do que os economistas projetavam para os primeiros 15 dias de fevereiro no acumulado de 12 meses. A prévia da inflação brasileira caiu de 5,87% para 5,63%, levemente acima da média prevista, de 5,60%.

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O desempenho mais forte do que o esperado fez com que o principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, despencasse ao longo da sessão desta sexta. Por volta das 15h50 o índice caía 1,93%, aos 105.521 pontos. A queda da bolsa também reflete a queda das ações de bancos e frigoríficos.

Dados de inflação no Brasil e nos EUA vêm acima do esperado; bolsas caem
Grupo de educação foi o que mais impactou IPCA-15 em fevereiro /Foto: Reprodução

Ainda que dos nove grupos pesquisados, oito tenham tido alta na comparação com o mesmo período de janeiro, um dos principais fatores que impactaram na alta mensal do IPCA-15 foi o aumento nos preços do grupo de educação nos primeiros dias de fevereiro. O setor foi responsável por uma alta de 6,41%, representando 0,36 p.p do total do índice. O comportamento é considerado normal por economistas por causa da volta às aulas e pelos reajustes nas mensalidades no início do ano letivo.

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O maior “vilão” do IPCA, o grupo de alimentação e bebidas fechou novamente em alta, mas com uma desaceleração em relação à janeiro, saindo de 0,55% para 0,39%.

Índice PCE alerta para novos aumentos nos juros

No exterior, o mercado norte-americano convive cada vez mais com a possibilidade de um novo aumento dos juros na próxima reunião do Federal Reserve no mês de março. O novo indício para isso foram os dados do PCE divulgados nesta manhã pelo Departamento de Comércio. O órgão revelou um aumento de 0,6% no núcleo da inflação medida pelo PCE no mês de janeiro, enquanto no acumulado de 12 meses o índice superou as expectativas de 5% e subiu de 5,3% para 5,4%.

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Dados de inflação no Brasil e nos EUA vêm acima do esperado; bolsas caem
Jerome Powell e membros do Fed definirão taxa de juros no dia 22/03 /Foto: Reprodução

Depois da leitura acima do projetado por analistas, o mercado de ações despencou nesta sexta refletindo não só os números em si, como também a possível postura que o Federal Reserve irá adotar nas próximas reuniões, mantendo a taxa de juros em níveis altos por mais tempo, descartando a possibilidade de um corte ainda esse ano. Por volta das 14h20 o índice Nasdaq recuava 1,89%, enquanto o S&P 500 caía 1,13%.

A possibilidade de um ciclo monetário mais apertado por parte do Fed junto ao resultado do indicador impactou no desempenho do dólar, que ganhou força entre moedas internacionais, nesta sexta. O dólar comercial sobe 1,30% nesta tarde, sendo negociado a R$ 5,20.