Decisões de Copom e Fed, retomada de exportações à China e o que mais é destaque nos mercados
Depois de toda a expectativa criada com relação à definição da Taxa Selic aqui no Brasil em meio às pressões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a sua decisão no início da noite de ontem. A escolha do BC foi por manter pela quinta vez consecutiva a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.
Membros do atual governo tinham a expectativa de que o Copom pudesse iniciar uma trajetória de cortes já nesta reunião, mas o cenário foi bem diferente. No comunicado do BC, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, não adotou o tom de cautela que era esperado antes da reunião e deixou em aberto a possibilidade de um aumento da Selic.
No seu discurso, Campos Neto citou como justificativa, as incertezas que rondam a política fiscal brasileira, entre elas está o novo arcabouço fiscal, que teve a sua divulgação adiada nesta semana. As falas não foram bem recebidas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que definiu o comunicado como “preocupante” em um momento como esse.
2. Fed segue o esperado e aumenta juros
Nos Estados Unidos, o resultado divulgado pelo Federal Reserve no meio da tarde de ontem confirmou as expectativas de que o banco central do país iria optar por mais um aumento na casa dos 0,25 p.p, que levou os juros para o intervalo entre 4,75% e 5,0%, no entanto, os discursos do presidente do Fed, Jerome Powell, e da secretária do Tesouro, Janet Yellen foram distintos.
Em meio a uma crise no setor bancário, que elevou as preocupações de investidores e economistas norte-americanos, Powell afirmou que os membros do Fed cogitaram deixar a taxa de juros sem alterações por causa desse fator, porém o momento ainda não permitia por não poder precisar os efeitos da crise na economia.
Por outro lado, Yellen foi mais enfática ao citar a crise bancária, citando que o Tesouro não será capaz de proteger os depósitos de todos os investidores ou proprietários de bancos que vierem à falência nos próximos meses.
3. Retomada das exportações de carne bovina para a China
Exatamente um mês depois das exportações de carne bovina para China terem sido suspensas devido ao caso isolado e atípico de vaca louca registrado no Pará, as embarcações poderão ser retomadas a partir de hoje, segundo a equipe da Administração-Geral de Alfândegas do país (GACC, na sigla em inglês).
O comunicado foi enviado ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que viajou para o país asiático antes mesmo da comitiva do presidente Lula, com o intuito de resolver o embargo que entrou em vigor no mês passado. O texto da GACC afirma ainda que os produtos exportados para a China só poderão ser provenientes de animais com menos de 30 meses de idade.
4. Petrobras reduz preço do diesel
A partir de hoje, o preço médio de venda do diesel para as distribuidoras será revisado para baixo. A informação foi divulgada pela Petrobras nesta quarta-feira (22) e de acordo com a companhia a redução será de R$ 0,18 por litro, caindo de R$ 4,02 para R$ 3,84.
A nova redução vem após pouco menos de um mês da última anunciada pela estatal e entre os objetivos listados pela Petrobras está a busca pela manutenção da competitividade dos preços. O anúncio vem em um momento em que os petroleiros planejam uma greve nesta sexta (24) contra as privatizações da estatal.
5. Reação do Ibovespa ao Copom
No dia seguinte à Super Quarta, o Ibovespa amanhece com um cenário de incertezas a vista após as decisões do Copom e do Federal Reserve, e nesta quinta pode dar sequência às quedas e encerrar um pregão abaixo dos 100 mil pontos pela primeira vez desde julho do ano passado.
A decisão do Copom, principalmente, caiu como um choque de realidade nos mercados, que esperavam que o Banco Central sinalizasse com a possibilidade de promover cortes na Selic já a partir de maio, porém o tom da instituição foi muito mais duro, cogitando até um novo aumento caso a inflação persista.
6. Rali do Bitcoin
Depois de longos períodos de queda, o Bitcoin voltou a subir neste ano, principalmente nas últimas semanas após as notícias da falência do SVB e do Signature Bank. Somente nos três primeiros meses de 2023 a criptomoeda já subiu mais de 50% e está sendo negociada acima dos US$ 28 mil.
O ambiente mais favorável amplia o interesse de instituições para o mundo cripto. Instituições como a BlackRock e a Fidelity, que possuem mais de US$ 14 trilhões em ativos sob gestão, estão ensaiando uma expansão neste ecossistema em um futuro próximo.