Didi global vai deixar Bolsa de Nova York
A decisão, tomada em assembleia, prevê a deslistagem da dona da 99 da NYSE
Foi anunciada nesta segunda-feira (23) a saída da companhia de mobilidade chinesa, e detentora da 99, Didi global da Bolsa de Valores de Nova York, a NYSE.
Determinada em assembleia geral extraordinária, a decisão foi tomada em função dos conflitos entre a companhia e o governo de Pequim sobre sua listagem na bolsa americana
Deslistagem da Didi global
A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) aconteceu no dia de hoje (23), e contou com a presença de seus acionistas. Nela, 96,26% dos investidores votaram a favor do desligamento da companhia da Bolsa de Valores de Nova York.
O número de votos a favor representava um total de 811,44 milhões de ações em circulação de um total de 1,2 bilhão, quantia referente ao último dia 28 de abril. A medida foi tomada em função dos conflitos que envolviam a Didi global e o governo de Pequim.
A companhia havia realizado a abertura de seu capital na NYSE em junho de 2021, listando uma quantia de US$ 4,4 bilhões em ações na bolsa norte-americana. No entanto, isso gerou conflitos com os reguladores chineses.
Desde então, a companhia de mobilidade vinha lutando para manter seus negócios. Os planos para a sua deslistagem da Bolsa de Nova York, no entanto, foram divulgados em abril deste ano, confirmando também nesta época que a companhia não fará sua listagem em nenhum outro país até a sua saída definitiva da NYSE.
Segundo o presidente da Green Hill Capital, Thomas Hayes, essa “É a única opção para os acionistas. Eles iriam para o purgatório se persistissem em sua desobediência ao governo chinês”.
A companhia também não comentou se há previsão para que, após seu desligamento da NYSE, suas ações sejam listadas na Bolsa de Hong Kong.
Após sua estréia na Bolsa de Valores de Nova York, a Administração do Ciberespaço da China (CAC) lançou um inquérito sobre a Didi Global. Nele, o órgão questionou as práticas da companhia acerca da segurança de seus dados, obrigando a empresa a remover 25 dos aplicativos que administra das lojas de apps.
Citando a segurança nacional e o interesse público, a organização também ordenou que a Didi Global não permitisse cadastros de novos usuários. Dessa maneira, a medida causou um grande impacto em sua capitalização de mercado.
Após o anúncio de deslistagem da Didi Global, as ações da companhia registraram uma desvalorização. Seus ativos somaram às 14:37 horas (Horário de Brasília), uma queda de 0,33%, atingindo os US$ 1,50.
Desde sua estreia na NYSE, seus títulos caíram em 89,46%, um reflexo da pressão exercida pelos reguladores chineses. No início do mês, a empresa havia divulgado, ainda, que estaria sendo investigada pela Securities and Exchange Commission (SEC) por conta de sua estréia considerada fracassada.
Sua atuação no Brasil começou no ano de 2018, quando a Didi global havia adquirido a 99.
Estreia da chinesa na NYSE
Apesar de nascer na China, a companhia de mobilidade realizou a abertura de seu capital na Bolsa de Valores de Nova York, em Junho do ano passado. Em sua oferta pública inicial (IPO), a empresa captou um total de US$ 44 bilhões.
Esse valor veio da venda de 316,8 milhões de ações depositárias americanas (ADS). Inicialmente, o volume de títulos a serem negociados pela companhia era de 288 milhões, mas a fila de interessados fez com que a Didi Global aumentasse a quantidade de ações.
No entanto, apesar de projetar um valor de mercado de US$ 100 bilhões no planejamento de seu IPO, a companhia chegou a uma quantia de US$ 73 bilhões. O principal motivo destacado em encontro com seus investidores foi a regulação mais rígida que a Didi global está propensa a sofrer por conta de seu segmento.