Discussões sobre combustíveis, Focus, IGP-M e o que mais importa nesse início de semana

Entre os assuntos que se destacarão nesta segunda, está a reunião entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil) e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que deve ocorrer por volta das 18h. O encontro deve servir como uma espécie de continuidade das conversas da última sexta (27) entre Lula e Prates. 

Entre os temas centrais da reunião está a desoneração dos combustíveis, projeto que foi aprovado pelo governo anterior para cortar a cobrança do ICMS em todos os estados. A medida tinha validade até 31 de dezembro do ano passado, mas foi prorrogada até o próximo dia 28. 

Caso a reunião desta segunda acabe com a decisão de não prorrogar a isenção dos tributos, a partir de quarta-feira (1), é provável que os preços da gasolina e etanol aumentem. De acordo com projeções da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), os aumentos devem ser de R$ 0,69 e R$ 0,24, respectivamente. 

2. IGP-M fica abaixo das expectativas e sofre deflação 

Nesta segunda, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) divulgou os números com relação ao Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que era conhecido como inflação do aluguel. O indicador ficou abaixo das expectativas para o mês de fevereiro e registrou deflação de 0,06% no mês, após apresentar uma alta de 0,21% no mês anterior. No acumulado de 12 meses, o índice tem alta de 1,86%.

Os principais grupos do IGP-M apresentaram comportamentos diferentes durante o período. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,20% em fevereiro, puxado pelo subgrupo de combustíveis para consumo. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,38%, puxado pelo grupo de educação, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,21%.

3. Focus aponta mais uma vez para alta na inflação 

Nesta manhã, o Banco Central divulgou mais uma edição do Boletim Focus, relatório que traz semanalmente novos números com relação à situação econômica do país e os seus principais indicadores. O documento apontou pela 11ª semana seguida para um aumento da inflação medida pelo IPCA em 2023, elevando as projeções de 5,89% para 5,90%. Já para 2024 o BC manteve as projeções em 4,02%.

O relatório também elevou as expectativas de crescimento do PIB em 2023, que saíram de 0,80% para 0,84%. Já com relação às estimativas para a taxa básica de juros, Selic, o Banco Central manteve em 12,75% ao ano em 2023, assim como a de 2024, que ficou em 10%.

4. Agenda semanal 

A semana no mercado será bastante movimentada no Brasil, com alguns dos principais indicadores econômicos sendo divulgados, como é o caso do Produto Interno Bruto (PIB) que terá os números finais com relação ao ano passado divulgados na próxima quinta-feira (2). A expectativa é para uma expansão de 2,9% em 2022. Além disso, nesta terça (28) o IBGE irá divulgar dados de taxa de desemprego.

A semana também marcará o retorno da publicação de balanços das empresas listadas na B3, depois de uma semana mais curta devido ao Carnaval. Entre os destaques estão Petrobras (PETR3), Ambev (ABEV3) e dos frigoríficos BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3), que viram os seus papéis caírem na última semana devido ao caso isolado de vaca louca no Pará, que suspendeu a exportação de carne bovina.

5. Semana do Ibovespa deve ser impactada por balanços

Nesta semana, o principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, passará pelos dois últimos pregões de fevereiro e dificilmente conseguirá reverter as perdas obtidas ao longo desse mês, que foi marcado por discussões sobre metas de inflação, além de reflexos do mercado corporativo.

Entre hoje e amanhã, o comportamento da bolsa também pode repercutir as discussões do presidente Lula a respeito da reoneração dos combustíveis, mas o principal destaque da semana, no entanto, está com os balanços. A maior expectativa do mercado é pela divulgação dos resultados da Petrobras no quarto trimestre.