Dólar fecha em menor valor desde agosto após BC dos EUA desacelerar o aperto monetário e os juros elevados – ESTOA

Dólar fecha em menor valor desde agosto após BC dos EUA desacelerar o aperto monetário e os juros elevados

Durante a manhã, a moeda norte-americana caiu cerca de 2,42%


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O dólar fechou em menor preço desde agosto, nesta quinta-feira (02), após ter sido negociado em 5,00 reais pela primeira vez em quase oito meses, com a notícia de desaceleração no ritmo de aperto monetário dos Estados Unidos, assim como também a sinalização de juros elevados no Brasil.

A moeda fechou em queda de 0,35%, o equivalente a 5,0457 reais em vendas, apresentando o menor preço desde 29 de agosto de 2022. 

Dólar 

Nesta manhã a moeda norte-americana caiu cerca de 2,42%, o equivalente a  4,9408 reais, entretanto, ao longo do dia foi se recuperando. 

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De acordo com o presidente executivo da Correparti, Jefferson Rugik, o que contribuiu para o avanço da moeda foi a movimentação entre os importadores, que utilizaram o dólar com o preço menor para comprar. 

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O índice do dólar subiu em 0,6%, nesta tarde de quinta-feira. Alguns analistas apontam que o indicador teve um ajuste e que por este motivo houve queda no índice após nove meses.

Fed

A queda da moeda no exterior e no mercado local começou na véspera em que o Federal Reserve (Fed), divulgou a elevação da meta da taxa de juros em 0,25 ponto porcentual, sendo assim, apresentando uma desaceleração em relação aos aumentos anteriores que foram de 0,50 para 0,75 pontos.

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Federal Reserve (Fed) divulgou a elevação da meta da taxa de juros em 0,25 ponto porcentual Créditos:  Reprodução

Opinião dos analistas 

O analista do StoneX, Leonel Mattos disse que: “Nos Estados Unidos há um otimismo em relação ao cenário inflacionário do país, enquanto o Federal Reserve vem reduzindo paulatinamente o ritmo de sua alta de juros (…) A ação do banco central mostra uma moderação”.

Leonel Mattos também destaca como o Banco Central do Brasil (BC) manteve a taxa Selic em 13,75%, na  última quarta-feira (01), portanto, indicando que algumas taxas devem ser  elevadas com incertezas fiscais e deterioração nas expectativas de inflação do mercado.   

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Já o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, aponta que: “Com os juros elevados por mais tempo, você acaba ancorando mais a moeda brasileira. O diferencial de juros não é a única variável que afeta o desempenho da moeda, mas é um deles, e portanto contribui para um dólar estável ou em queda”.

Quanto maior o diferencial de custos de empréstimos domésticos internacionais, mais fácil ficam as estratégias para o uso do real, portanto, a contratação de empréstimo no país debaixo juros pode facilitar a aplicação de recursos mais rentáveis. 

Alguns investidores também apontam o resultado das eleições para lideranças do Congresso Nacional como um suporte para o uso do real, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conseguiu eleger novamente  Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como presidente do Senado, mesmo ambos terem apoiado o ex-presidente Jair bolsonaro (PL).

O planejador ficando da Planejar,  Bruno Mori, afirma que: “Câmara e Senado consolidaram condições de governabilidade melhores, isso é super positivo para a questão da atividade”. Citando também a reabertura econômica na China como um impulso para a divisa doméstica com outras moedas de países emergentes. 


Por fim, Bruno Mori também aponta que o real tem sido mais valorizado, portanto, em fevereiro é possível que o valor do  dólar fique entre 5,00 reais ou menos.  

No último mês a divisa norte-americana caiu em 4,40% frente à brasileira. Em um acumulado de 2022, o dólar recuou cerca de 5,30% em relação ao real. 

Além da visita do presidente Lula a Argentina para uma reunião com o presidente Alberto Fernández, no qual ambos assinam um artigo em que concordam para a criação de uma moeda em comum, que tem o objetivo de substituir o uso do dólar norte- americano em transações internacionais na América do Sul.